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      Antônio Carlos de Almeida Castro

      Advogado criminalista

      32 artigos

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      O enforcamento do ministro Alexandre de Moraes e o 8 de Janeiro

      Ocupação das sedes dos Poderes era, sem dúvida, a preparação para o golpe que se anunciava cruel, escreve Kakay

      Alexandre de Moraes e atos golpistas de 8 de janeiro (Foto: STF )
      “É preciso que haja algum respeito, ao menos um esboço ou a dignidade humana se afirmará a machadadas.”
      Torquato Neto, poema do Aviso Final

      Muito impactante a entrevista do ministro Alexandre de Moraes dizendo que teve informação de que os golpistas tinham como uma das opções, após o 8 de janeiro, enforcá-lo na Praça dos Três Poderes. Por mais que imaginássemos a possibilidade da extrema violência, representada pela destruição do Plenário da Suprema Corte, é constrangedor e inquietante ouvir a sua fala sobre uma hipótese tão bárbara. E ele tem, é evidente, conhecimento do que realmente ocorreu. 

      Há pouco tempo, fui procurado por um cidadão, ex-sócio da família Bolsonaro, que disse ter participado de algumas reuniões nas quais os bolsonaristas, chefes da milícia, discutiam quem iriam matar quando consolidassem o poder fascista. Segundo me garantiu essa pessoa, eu também seria morto e com requintes de crueldade. 

      É importante uma reflexão da sociedade como um todo acerca da importância dos inquéritos e processos sobre o 8 de janeiro. Muitos ainda insistem em considerar que a reação do Judiciário foi excessiva. Vale ressaltar que a ocupação das sedes dos Poderes era, sem dúvida, a preparação para o golpe que se anunciava cruel. 

      O ministro Toffoli foi visionário quando teve coragem de instaurar as investigações contra as fake news e determinou a distribuição para a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

      Estou em Paris, porém pretendo voltar para estar em Brasília no dia 8 de janeiro, o dia da infâmia, mas também da libertação. Resistimos e vencemos. A Democracia ganhou. É bom que ocupemos todos os espaços democráticos contra a barbárie. E vamos acompanhar os processos. Não é correto responsabilizar e punir somente quem fez a linha de frente. Quem planejou nossa morte, tramou contra a Democracia e ultrajou a Constituição tem que ser responsabilizado. 

      Recorro-me, novamente, ao mestre Torquato Neto, no poema Marginália II:

      “Eu, brasileiro, confesso

      Minha culpa meu pecado

      Meu sonho desesperado

      Meu bem guardado segredo 

      Minha aflição 

      Eu, brasileiro, confesso.”

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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