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    Luis Filipe Chateaubriand

    É professor de Administração Estratégica e autor do livro “Futebol Brasileiro: Um Novo Projeto de Calendário”

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    O erro estratégico do Partido dos Trabalhadores

    Sem o Partido dos Trabalhadores, Ciro Gomes terá dificuldades para vencer as eleições. Sem Ciro Gomes, o Partido dos Trabalhadores dificilmente voltará ao Governo Federal. É hora de unir forças para se maximizar as chances de vencer a direita

    Ciro e Lula (Foto: Luis Filipe Chateaubriand)

    Nós, da esquerda, temos que ser justos e sempre devemos ressaltar que os governos do Partido dos Trabalhadores fizeram pelos mais necessitados deste país o que nenhum outro grupo político fez. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus seguidores prestaram ao nosso país o admirável e indelével serviço de promover inclusão social como nunca antes aconteceu na História.

    No entanto, o momento não é o de se apegar ao passado, mas sim o de construir o futuro. É um erro estratégico de grandes proporções, do Partido dos Trabalhadores, insistir na candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva. É sabido por todos que o ex mandatário não poderá ser candidato, e esperar até que a candidatura seja impugnada é ver o tempo passar, a candidatura desidratar, o capital político e eleitoral do partido se esvair.

    Posto isto, existem três caminhos possíveis para o Partido dos Trabalhadores, em relação à campanha presidencial de 2018:

    Manter a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, mas indicar um candidato a vice presidente imediatamente. Assim, quando a candidatura do ex presidente for impugnada, já se tem um candidato pronto e preparado para a empreitada.

    Desistir da candidatura do ex presidente e, imediatamente, designar um candidato do partido, seja ele Fernando Haddad, Jacques Wagner, Patrus Ananias, Celso Amorim ou qualquer outro nome. Significa construir uma alternativa, sem ficar a reboque de alguém que não poderá fazer campanha.

    Desde já, apoiar a candidatura de Ciro Gomes, promovendo a união das principais forças de esquerda e criando um fato político que não poderá ser replicado pelo concorrentes da direita.

    Apesar das três hipóteses serem respeitáveis, este signatário é francamente favorável à aliança entre o Partido dos Trabalhadores e o Partido Democrático Trabalhista, em torno da candidatura de Ciro Gomes. Apesar do escriba ser admirador do político do Ceará há muitos anos, o motivo principal é de ordem pragmática: os votos que o Partido dos Trabalhadores pode angariar, agregados aos votos que naturalmente serão conferidos ao político trabalhista, podem ser suficientes para levar a esquerda ao segundo turno.

    Em suma, os votos agregados dos dois partidos levam o candidato da esquerda para a fase eleitoral decisiva, mas se os partidos lançarem candidaturas separadas, é possível que os candidatos de cada um dos partidos não tenham votos suficiente para irem para a fase decisiva, podendo perder a vaga, por exemplo, para a inócua candidata Marina Silva.

    A junção das principais forças de esquerda do país constitui-se uma estratégia política importante. Sem o Partido dos Trabalhadores, Ciro Gomes terá dificuldades para vencer as eleições. Sem Ciro Gomes, o Partido dos Trabalhadores dificilmente voltará ao Governo Federal. É hora de unir forças para se maximizar as chances de vencer a direita.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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