O fim da guerra fria e suas consequências - parte 02
Colonialismo, imperialismo e neoliberalismo
O período colonial se inicia com as grandes navegações e assume diferentes formas, inicialmente visando extração de metais e especiarias para o comércio na Europa, seguindo posteriormente para a etapa capitalista, onde as colônias se tornam fornecedores de matéria prima e mão-de-obra, além de mercado consumidor.
Posteriormente, este sistema vai dando lugar ao imperialismo, em que as potências trocavam uma dominação militar e administrativa por uma dominação econômica e política (bem mais barata), com processos de independência territorial das antigas colônias. Alguns processos se deram de maneira gradual e controlada, ao passo que outros passaram por amplos combates e lutas sanguinárias para se consolidarem. As potências imperiais da época, como França e Inglaterra, embora relutantes em ceder a liberdade às suas colônias, em pouco tempo se viram sem alternativa, ou mesmo concluíram ser melhor que o processo acontecesse pacificamente para que fosse mantido o domínio indireto, imperialista.
No entanto, mesmo os processos de independência que ocorreram com o desmantelamento dos grandes impérios formais, se deram dentro de critérios implantados pelos colonizadores. Os países que buscavam a independência, ao conquistá-la, adotavam o modelo europeu de cultura, economia e política, em detrimento de modelos tradicionais de seu próprio povo, com alguma ou outra adaptação.
Nesse sentido, o mundo chega aos meados do século XX com grande número de novos países onde outrora havia colônias, mas com uma configuração social e econômica que se adaptava perfeitamente ao modelo ocidental, facilitando o processo de dominação imperialista.
Pode-se dizer que isso aconteceu em parte devido a falta de opções pragmáticas para o desenvolvimento econômico, realidade que mudou com o surgimento da economia centralmente planificada e estatização completa desenvolvida na URSS. Mesmo que este sistema se mostrasse como uma variação do sistema europeu, uma versão sem propriedade privada e liberalismo econômico, passa a ser referência e alternativa para os povos que buscavam sua independência.
Posteriormente, com o desaparecimento do modelo soviético de economia, o modelo neoliberal foi adotado mundo afora sem grandes resistências por parte do terceiro mundo, a partir de pressões dos países do primeiro mundo, capitaneados pelos Estados Unidos. As opções eram simples: adotar os princípios impostos pelos países desenvolvidos, ou ficar isolado internacionalmente. Como já não havia a alternativa soviética, a adesão em maior ou menor número ocorreu em praticamente todo o mundo, constituindo assim uma nova maneira de exploração do centro para com os países periféricos.
Leia a parte 1.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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