O fim da pobreza passa pelo fim do atual governo
Enquanto o pobre não for incluído no orçamento de governo, não vai haver política social ou redução da pobreza e das desigualdades no país
Hoje, no dia 14 de dezembro, Dia Nacional de Combate à Pobreza em um ano com 51 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza, segundo o IBGE. Nos últimos cinco anos, perdemos muitas vitórias conquistadas nos governos do PT. E, agora, vivemos com um governo que vira as costas aos mais pobres.
A pobreza tem muitas faces, a maior delas é a fome. Chegamos a dados alarmantes no Brasil, como mais de 19 milhões de pessoas submetidas à fome e mais de 100 milhões vítimas de algum tipo de insegurança alimentar. Destas, 18 milhões são crianças, conforme dados da Fundação Abrinq. Essas crianças podem ter um comprometimento importante no desenvolvimento e na estatura por idade, provocando desnutrição crônica e causando déficits que podem ser irreversíveis em casos mais graves.
As famílias brasileiras que estão abandonadas na pobreza são obrigadas a procurar restos de comida em caminhões de lixo, esperar por ossos e pés de galinhas em longas filas nos açougues.
Portanto, não é surpresa que, em dois anos de governo Bolsonaro a miséria aumentou 22%, com 4 milhões de pessoas voltando à extrema pobreza. Além de não construir um plano de governo que incluísse a população mais pobre nas ações de seu governo, Bolsonaro promoveu um desmonte de programas importantes no combate à pobreza e à fome.
Já em 1° de janeiro de 2019, a Medida Provisória 870, assinada por Bolsonaro, extinguiu o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), criado por Lula em 2003. Também esvaziou a função do Conab, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e acabou com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Com a agricultura familiar, conhecida por colocar o alimento na mesa dos brasileiros, o presidente não realizou qualquer tipo de apoio e amparo, ou até mesmo um auxílio emergencial para esses produtores. E, ainda, vetou duas propostas aprovadas pelo Congresso Nacional (Lei Assis Carvalho I e II), que aliviariam as perdas desses trabalhadores.
E esse ano, vimos o fim do programa Bolsa Família, depois de 18 anos de efetividade no combate à pobreza.
O Auxílio Brasil não será suficiente para tirar o Brasil do Mapa da Fome, como os governos do PT já fizeram. E tiraram mais de 36 milhões da pobreza.
Um decreto presidencial ajustou a classificação de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. De forma que, as famílias com renda per capita de até R$ 100 mensais passam a ser consideradas em situação de extrema pobreza e famílias com renda per capita de até R$ 200 por mês na de pobreza. Segundo o Banco Mundial, a linha de extrema pobreza no Brasil deveria estar em torno de R$ 300.
Resumindo, enquanto o pobre não for incluído no orçamento de governo, não vai haver política social ou redução da pobreza e das desigualdades no país. E para que o Brasil volte a fazer essa política, o governo Bolsonaro precisa acabar. Existe sim a ideologia nesse governo, mas de defender os mais ricos. Queremos de volta um governo que volte com a ideologia de defender os mais pobres.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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