O governador Leite, ideologia e solidariedade

Sobre a ingratidão do governador, sua insolência e arrogância, uma espécie de combo frente à esquerda, basta lembrar que ele não fez nenhum gesto de agradecimento nas eleições passadas, quando PT o "apoiou" no segundo turno. 

A questão frente ao sr. Leite é, primeiro,  de (má) educação, depois de ideologia. Ele é visceralmente de direita, ultraliberal, um direito que lhe assiste, claro, menos raivoso na aparência, mas não em essência. 

O ultraliberalismo é baseado no individualismo, na crença de que apenas a iniciativa privada é virtude, a propriedade privada se impõe a qualquer coletividade, sendo a liberdade de explorar a sua mola mestra.

Obviamente que as ações solidárias causam urticárias nos ultraliberais, isso prejudica a iniciativa privada. 

A fala dele é coerente por recusar as ajudas, porque efetivamente não acredita em solidariedade, mas no sacrossanto reino do capitalismo privado. Então, para ele, solidariedade, partilha, bem-comum, Estado social é quase um pecado (capital).

Olhando por todos os ângulos, no meu ponto de vista, não encontro nada positivo. Ali se vê um sujeito vaidoso, com um jaleco, como uma capa de super-homem, para lhe conferir autoridade que foi perdida na desastrosa política negacionista climática. 

O arroubo tolo de negar a solidariedade é apenas a confirmação de uma ideologia fatal para a humanidade.