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    José Reinaldo Carvalho

    Jornalista, editor internacional do Brasil 247 e da página Resistência: http://www.resistencia.cc

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    O “massacre da farinha” é um hediondo crime de guerra de Israel

    Metralhar uma multidão de famélicos exibe o caráter criminoso da ação militar israelense em Gaza

    Massace da farinha (Foto: Redes sociais /reprodução )

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    José Reinaldo Carvalho, 247 - O exército sionista acaba de cometer um dos mais hediondos crimes contra a humanidade. Seus militares assassinaram mais de 100 pessoas que tentavam desesperadamente alcançar um comboio de ajuda alimentar em Gaza na madrugada de quinta-feira (29). Os militares israelenses mataram pessoas famélicas, como estão matando em outros episódios do genocídio milhares de pessoas em sua ofensiva para manter uma ocupação que já não se sustenta a não ser cometendo crimes e mais crimes. A ação evidencia o colapso moral de um regime opressor que tenta aniquilar um povo inteiro por meio de técnicas bárbaras de extermínio. 

    A ofensiva militar de Israel já matou mais de 30 mil palestinos em Gaza, destruiu toda a infraestrutura de saúde, edifícios residenciais, escolas e levou ao colapso a infraestrutura de assistência humanitária das Nações Unidas. Promoveu o deslocamento forçado de mais de 2 milhões de pessoas e produziu a fome em massa. Uma catástrofe humanitária horrenda que despertou a indignação e a repulsa em todo o mundo e levou Israel, como Estado nacional ao banco dos réus de Corte Internacional de Justiça. 

    A matança de mais de uma centena de pessoas famélicas está relacionada diretamente às ações israelenses de proibição e sabotagem que levaram ao colapso do sistema de ajuda humanitária da ONU, sob protestos diários das agências das Nações Unidas e do secretário-geral. Não foi somente uma vez que a ONU alertou que os fluxos de ajuda para Gaza estavam se esgotando e estava se tornando impossível distribuir ajuda dentro de Gaza. Ficou patente a intenção por parte das forças de ocupação de Israel de induzir uma situação de fome entre a população palestina, o uso da fome como instrumento de pressão no enfrentamento aos movimentos nacionais da resistência palestina.

    O “massacre da farinha” foi mais uma ação terrorista de Israel, um crime de guerra, uma clara violação dos direitos humanos e uma ação que denuncia severamente a posição imoral de Israel na guerra contra o povo palestino. É uma ação que viola todas as normas internacionais que coíbem ações contra população civil durante conflitos militares. Israel também violou o direito à vida e o acesso à ajuda humanitária, que são princípios fundamentais dos direitos humanos. As ações empreendidas pelos militares israelenses  num momento em que a população civil estava desesperadamente buscando comida e ajuda médica, e foi alvejada resultando em dezenas de mortes, violam diretamente esses direitos. 

    A ação da última quinta-feira é uma ata de acusação contundente à conduta moral de Israel na guerra de extermínio em curso. Trata-se de mais uma das piores ações, dentre muitas, reveladoras de condutas ilegais e imorais do Estado israelense. 

    Por todos os ângulos que se observe, Israel incorre de novo em crime de guerra, o que enfraquece os argumentos de defesa de Israel em relação ao conflito, anulando sua credibilidade perante as nações e povos do mundo e os organismos internacionais. 

    O "massacre da farinha" demonstra, mais uma vez, que Israel pretende levar às últimas consequências seu projeto genocida. Precisa ser urgentemente parado. A inação dos países e dos organismos internacionais perante tais crimes será uma demonstração de cumplicidade. 

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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