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    Camilo Irineu Quartarollo

    Autor de nove livros, químico, professor de química, com formação parcial em teologia e filosofia.

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    O mundo mal frequentado

    Há muita náusea, mentiras, blefes, fofocas e, principalmente, fake News, entre cinzas e tosses

    O presidente dos EUA, Joe Biden, discursa na 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas na sede da ONU em Nova York, 24 de setembro de 2024 (Foto: REUTERS/Mike Segar)

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    Das muitas frases roubadas dele pela Internet, Luís Fernando não se abala. Roda pela net textos usando o nome de Veríssimo e não indispõe o escritor renomado, mas estranha dizendo “são textos bons, por que não assinam?!”. Tem uma razão: um texto do Veríssimo todos lerão!

    Esse baluarte da escrita comunicativa, com sua Remington ou Olivetti, diz na sua crônica Tecnologia que “a máquina de escrever faz tudo que você manda, mesmo que seja a tapa. Com o computador é diferente. Você faz tudo que ele manda”. Nesse mundo de máscaras, nem faz questão de ser chamado de “escritor” e se dá muito bem com o seu saxofone.

    Que bom se todos os jovens soubessem ler, e escrever bem, tendo ou não livros publicados, pois viver de literatura mesmo para Luís Fernando não deve ter sido fácil. O sonho de muitos que começam a enamorar as letras é a de que serão reconhecidos, estarão na ABL. O prestígio desta academia ajuda a fazer boa imagem, sucesso, homenagens, glamour e até boa reputação. Entretanto, dramaturgos, músicos, políticos, empresários ricos e advogados buscam um assento na Academia dos imortais. Luís Fernando não se candidatou, nem Monteiro Lobato, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, Cecília Meireles, Clarice Lispector, Vinicius de Moraes, Lima Barreto, Dalton Trevisan, Raduan Nassar e... muito menos eu. Escrever é algo sério, mesmo no humor, mas vou roubar uma do Veríssimo, para o meu contexto: “O  mundo não é ruim, só está mal frequentado”.

    Na urbe, os debates paulistas, candidatos exóticos querem descadeirar os adversários com luvas de pelica, leques, salamaleques e outros utensílios portáteis à mão. Paulistas e paulistanos, somos governados por um carioca e talvez por um goiano recém-chegado, fazendo carreira política. Há muita náusea, mentiras, blefes, fofocas e, principalmente, fake News, entre cinzas e tosses.

    Nem sempre conseguimos escrever algo agradável ou hilário, inda mais a um minuto e meio da terceira guerra mundial. É tanta ansiedade que tem gente torcendo para que venha logo. Se a Ucrânia atingir as proximidades de Moscou, a Rússia usará armas atômicas. Entretanto, há outra guerra prometida em torno da Jerusalém. Então será a terceira guerra mundial, e por um triz.

    Na orbe, mui frequente, os Estados Unidos se dizem contra a guerra e favorável a dois estados antagônicos, lado a lado, Palestina e Israel. Contudo, fornecem incondicionalmente armas a Israel, como brinquedinhos de matar árabes e com requintes de maldade. Matam também de sede, fome e endemias. Se os EUA quisessem cessar-fogo poriam forças de paz e embargos ao Estado agressor. Aliás, a ONU foi frequentada por Netanyahu com sua comitiva – alguém tinha de aplaudi-lo no plenário esvaziado.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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