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Israel reforça presença militar no Líbano após ataque do Irã

Já em combate contra o Hamas em Gaza, Israel está fortalecendo sua presença no sul do Líbano no conflito com o Hezbollah, um dia após o ataque do Irã

Artilharia disparada pelo Exército israelense contra o Líbano (Foto: Reuters/Jim Urquhart )

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Reuters - O exército israelense informou, na quarta-feira, que unidades regulares de infantaria e blindados estavam se juntando às operações terrestres no sul do Líbano, aumentando a pressão sobre o Hezbollah, enquanto Israel se preparava para retaliar contra uma série de ataques com mísseis iranianos. 

Já em combate contra o Hamas em Gaza, Israel está fortalecendo sua presença no sul do Líbano no conflito com o Hezbollah, um dia após o ataque do Irã, aumentando temores de que o Oriente Médio, grande produtor de petróleo, possa ser arrastado para um conflito mais amplo. A adição de tropas de infantaria e blindados da 36ª Divisão, incluindo a Brigada Golani, a 188ª Brigada Blindada e a 6ª Brigada de Infantaria, sugere que a operação ultrapassou incursões limitadas de comandos.

O exército israelense informou que a operação terrestre visa principalmente destruir túneis e outras infraestruturas na fronteira, sem planos para uma operação mais ampla que inclua Beirute ou outras grandes cidades do sul do Líbano.

Na quarta-feira, o Irã afirmou que seu ataque com mísseis a Israel, o maior já realizado contra o país, estava concluído, a menos que houvesse mais provocações, enquanto Israel e os Estados Unidos prometeram retaliar. Israel deve lançar uma "retaliação significativa" nos próximos dias, que pode ter como alvo instalações de produção de petróleo dentro do Irã e outros locais estratégicos, conforme relatado pelo site de notícias norte-americano Axios, citando autoridades israelenses.

Apesar dos apelos por cessar-fogo da ONU, dos Estados Unidos e da União Europeia, os combates entre Israel e o Hezbollah, com base no Líbano, continuaram na quarta-feira. Israel renovou os bombardeios nos subúrbios do sul de Beirute, uma fortaleza do grupo apoiado pelo Irã, com pelo menos uma dúzia de ataques aéreos contra o que descreveu como alvos pertencentes ao Hezbollah.

Novas ordens de evacuação

Grandes colunas de fumaça foram vistas subindo de partes dos subúrbios. Israel emitiu novas ordens de evacuação para a área, que já está em grande parte vazia após dias de intensos ataques. Quase 1.900 pessoas morreram e mais de 9.000 ficaram feridas no Líbano em quase um ano de combates transfronteiriços, com a maioria das vítimas ocorrendo nas últimas duas semanas, conforme estatísticas do governo libanês divulgadas na terça-feira.

O Hezbollah afirmou que confrontou as forças israelenses que estavam infiltrando a cidade libanesa de Adaisseh na manhã de quarta-feira, forçando-as a recuar. Os ataques de mísseis iranianos e as operações de Israel no Líbano causaram alarme em todo o mundo, enquanto os aliados regionais do Irã — Hezbollah, os Houthis do Iêmen e grupos armados no Iraque — lançaram ataques em apoio ao Hamas.

O chanceler alemão Olaf Scholz pediu que o Irã e o Hezbollah encerrem imediatamente seus ataques a Israel, alertando que o Irã corre o risco de inflamar toda a região. O Japão também expressou profunda preocupação com a situação.

O Irã afirmou que o ataque de terça-feira a Israel teve como alvo exclusivo instalações militares e foi uma resposta à morte de líderes militantes, incluindo o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e à agressão israelense no Líbano e em Gaza. A agência de notícias estatal do Irã relatou que três bases militares israelenses foram atingidas.

“Nossa ação está concluída, a menos que o regime israelense decida provocar mais retaliações. Nesse caso, nossa resposta será mais forte e poderosa”, disse o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, em uma postagem na plataforma X na manhã de quarta-feira.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu retaliar, afirmando que o Irã pagará um preço alto. Washington disse que trabalhará com seu aliado de longa data, Israel, para garantir que o Irã enfrente "consequências severas" pelo ataque de terça-feira, que Israel afirmou ter envolvido mais de 180 mísseis balísticos.

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, conversou com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, na noite de terça-feira, afirmando que Washington está "bem posicionado" para defender seus interesses no Oriente Médio, de acordo com um comunicado do Pentágono. O Pentágono também informou que os ataques aéreos de terça-feira do Irã foram aproximadamente o dobro do tamanho do ataque iraniano de abril contra Israel.

'A resposta será dolorosa'

Israel ativou suas defesas aéreas contra o bombardeio iraniano na terça-feira, interceptando a maioria dos mísseis "por Israel e uma coalizão defensiva liderada pelos Estados Unidos", disse o contra-almirante israelense Daniel Hagari em um vídeo postado no X. "O ataque do Irã é uma escalada grave e perigosa", acrescentou.

Em um comunicado divulgado pela mídia estatal, o estado-maior das forças armadas do Irã afirmou que qualquer resposta israelense seria recebida com a "destruição em massa" da infraestrutura do país. Também disse que os ativos regionais de qualquer aliado de Israel que se envolvesse no conflito seriam alvos.

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, reuniu-se com seus conselheiros de segurança nacional e economia na quarta-feira para discutir o conflito no Oriente Médio e pediu uma resposta rápida, mas medida, a qualquer impacto no fornecimento de energia do país, segundo informações do seu gabinete.

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