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Nêggo Tom

Cantor e compositor.

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O presidente voltou!

Pungente, incisivo, preciso e certeiro, Lula mostrou o caminho das pedras e se colocou à disposição do povo brasileiro, para ajudar na luta pela reconquista do estado democrático de direito. Agora, só depende de nós. Luís Inácio falou, Luís Inácio ensinou. 2022 é logo ali

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Enquanto o atual presidente da república Jair Bolsonaro, desfilava o seu patriotismo histriônico e bufão, exibindo-se sem máscara e aglomerando pessoas aos seu redor, inclusive, muitas crianças, em plena pandemia, outro presidente, o maior da história desse país, fazia um pronunciamento digno de ser ouvido pelos milhões de brasileiros que não compactuam com as loucuras políticas que caracterizam o atual governo e que faz a população refém do pior governante já surgido em terras brasileiras.

Após ter que assistir a uma propaganda tosca divulgada pela SECOM, onde o Secretário de Cultura do governo promove um nacionalismo ufanista da Barra da Tijuca, exaltando a figuras de heróis nacionais que remetem à figura do atual mandatário do país, finalmente tivemos um momento de estadismo nesse república que ultimamente só nos dá desgosto. Como é prazeroso ouvir o senhor Luís Inácio falar. Aliás, é sempre bom ver e ouvir quem apresenta as suas ideias com clareza de raciocínio e lógica de discurso. O que seria impossível num pronunciamento de Bolsonaro.

Nem o mais idiota, rancoroso e bolsonarista dos seres humanos, pode dizer que Lula não é um político nato. Habilidoso, inteligente, coerente, unificador e popular, ele é o antídoto ao qual necessitamos recorrer neste momento de trevas em que nos encontramos. Lula é a luz que acende no final desse túnel do tempo, por onde fomos transportados para o atraso e para a barbárie. Suas críticas a atual gestão do país são pontuais e colocadas na exata medida, por quem já esteve na presidência por dois mandatos e fez a economia e a esperança brasileira crescer.

A sua infinita tristeza com a situação do país, que Lula cita em seu pronunciamento, é a tristeza de milhões concidadãos seus que estão sofrendo com o desdém com que vêm sendo tratados por Bolsonaro e seus militares espalhados pelo governo, num momento em que mais precisam de um estado atuante e sensível às suas dores e necessidades. Um governo que reduz pela metade o valor de um auxílio emergencial já insuficiente, e prefere oferecer subsídios de bilhões de reais aos banqueiros e a perdoar outros bilhões que as Igrejas evangélicas devem de impostos ao estado.

A coragem de Lula contrasta com a covardia de Bolsonaro. E o povo não é bobo. Percebe a diferença. A fala de Lula nesse 7 de Setembro, deveria ser instituída como o novo grito de independência do Brasil. Seu posicionamento coloca Bolsonaro em seu devido lugar. No lixo moral da história política brasileira. Um “pau de arara” retirante que saiu do porão social da sociedade brasileira, e sem pedir licença a ninguém se colocou no topo do pódio como o maior estadista desta nação. Ao contrário do miliciano, refugo do Exército Brasileiro, que foi alçado à condição de mito, verbalizando absurdos e disseminando ódio e preconceito por onde passou.

Como Lula bem disse em seu pronunciamento, a elite criou um monstro e não sabe como lidar com ele. Vai empurrando com a barriga para não admitir que errou rudemente, ao apostar num homem despreparado, limítrofe e sem o menor equilíbrio para exercer o cargo de chefe de estado de um dos maiores países do mundo. Bolsonaro, além de estúpido e genocida, é desonesto e corrupto. Talvez, um castigo do universo para aqueles que associam a sua imagem à Deus ou a qualquer coisa relacionada ao bem. Ele é o mal personificado. Política, social e humanamente falando.

Um falso Messias enviado para garantir o paraíso ais ricos, condenando os mais pobres ao inferno social eterno. Aqui temos mais uma tirada espirituosa e genial de Lula, ao analisar a política econômica do atual desgoverno. Não que Bolsonaro não tenha avisado que governaria para a elite. Os pobres de direita que não entenderam. Sem rancor, Lula propôs união com as demais lideranças de oposição, mas deixou claro que não aceita nenhum tipo de pacto, que não inclua os mais pobres e a classe trabalhadora como as principais vozes do movimento. É o resgate da esquerda raiz, voltada à sua base ideológica.

No dia da independência Lula proclamou a liberdade em seu discurso. A sua, como preso político inocente e absolvido, e a do povo que não suporta mais o arremedo de ditador que ocupa a presidência. Parafraseando um grito muito popular nos estádios de futebol, eu diria que “O Presidente voltou!” e sua presença e grandeza torna cada vez menor a figura de Jair Bolsonaro. Ainda na linguagem do futebol, podemos dizer que Lula colocou Bolsonaro no bolso. Uma humilhação retórica jamais vista na história desse país.

Pungente, incisivo, preciso e certeiro, Lula mostrou o caminho das pedras e se colocou à disposição do povo brasileiro, para ajudar na luta pela reconquista do estado democrático de direito. Agora, só depende de nós. Luís Inácio falou, Luís Inácio ensinou. 2022 é logo ali.

Lula ou morte!

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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