O que esperar da posse do Lula? Golpismo?

O que esperar da posse do Lula no dia 1° de Janeiro de 2023? Uma vez que, o clima que vai se formando, em decorrência do mau funcionamento das instituições, é de golpismo.

A concentração dos extremistas que se auto proclamam defensores da pátria, se dizem patriotas de uma nação em que cafetões, exploradores, bandidos, corruptos, torturadores, são taxados como os grandes heróis e patriotas de uma nação, totaliza um período de mais de trinta dias. Portanto, a hora de rir sobre determinadas ações desses indivíduos, em que muitas vezes se fazem inacreditáveis, já passou. Cantaram o hino nacional para um pneu, clamam por intervenção militar, clamaram até por intervenção militar no exército, clamaram intervenção alienígena, a partir de um canto gospel — o que leva ao entendimento de que a religião se transformou numa arma de persuasão para atingir qualquer fim. Ações patéticas como essas possuem um certo teor humorístico, porém a situação é seríssima. Pois o ambiente que vai se constituindo, à medida que “patriotas” não são punidos de alguma forma, é um ambiente de caos, um ambiente conflituoso, levando riscos para a posse do Lula em Janeiro. No decorrer deste artigo, será realizado uma discussão com mais afinco sobre o cumprimento da lei no Brasil. 

Esses extremistas patéticos concentrados nas rodovias, nas frentes dos quartéis estão realizando atos terroristas, agem contra a democracia, sequestram, torturam, matam, promovem o ódio e a violência (verbal, física e simbólica), principalmente, contra jornalistas. Pessoas estão sendo hostilizadas todos os dias, tendo seu direito de ir e vir tirados de si, crianças e adolescentes tendo dificuldades de chegar às escolas, pessoas proibidas de ter contato com seus familiares, nem mesmo passar o último momento com uma pessoa enferma, celebridades e artistas sendo execrados, constrangidos e filmados injustamente, como aconteceu com Gilberto Gil na Copa do Mundo no Qatar. 

Logo, se o discurso repetido pela esquerda, tal qual “o amor venceu o ódio, venceremos o ódio com amor”, for praticado de fato e promover anistia para todos os canalhas que contribuíram para esse desgoverno durante os quatro anos de mandato de Jair Messias Bolsonaro, o nazifascismo que sempre foi forte no Brasil, continuará consolidado, espreitando, sempre esperando uma oportunidade para impor a barbárie contra os progressos da civilização. Sabendo que esses patriotas são alienados e vivem num mundo paralelo, são nazifascistas, promovem ódio e violência, o que esperar no dia da posse do Lula? Em mais uma manifestação, de muitas, foi observado/flagrado ameaças e palavras de ódio dirigidas ao presente candidato eleito em 2022, o Luiz Inácio Lula da Silva. Nessa específica manifestação presenciou-se cantorias, como por exemplo, “Se precisar a gente acampa, mas o Ladrão não sobe a rampa”. Em vista deste e vários outros discursos de ódio, o que esperar do dia 1° de Janeiro? O que esperar da posse do Lula? Golpismo? Não é possível depender de Alexandre de Moraes (Ministro do Supremo Tribunal Federal) para tudo, inclusive, isto é um reflexo de que as instituições não estão funcionando corretamente. Ou seja, onde estão os promotores desse país, onde estão os procuradores do ministério público federal, onde estão os delegados de polícia civil-militar? Se todas essas manifestações golpistas continuarem, o dia 1° de Janeiro será marcado por um grande conflito.

Num país em que as instituições não funcionam corretamente, logicamente, tal fato contribui para determinados apontamentos, ou seja, Existe lei no Brasil? Existe o cumprimento das leis de forma séria, num país como o Brasil? 

A famosa frase, repetida incontáveis vezes, “No Brasil não se tem lei, se tem Juiz”, acaba se mostrando como sendo uma afirmativa verdadeira na prática. Existem exemplos de casos recentes que se enquadram e fortalecem a tal frase. Se tem o exemplo do caso de Francisco Buarque de Holanda, mais conhecido como Chico Buarque de Holanda, no qual na ação criada pelo cantor reclamando dos direitos musicais da música (pedindo remoção), “Roda Viva”, em um post de Eduardo Bolsonaro — Deputado Federal pelo PL —, foi negada pela juíza Monica Ribeiro Teixeira, do 6º Juizado Especial Cível do RJ. A juíza alegou não haver provas que comprovassem a autoria da música. Outro claro exemplo é o fortalecimento dos segmentos jurídicos (evidentemente houve o fortalecimento em outros campos problemáticos também), contribuindo para o que o historiador e psicanalista José Adilson afirma em seu artigo, “O Brasil na Mira de Thanatos: bolsonarismo, adoecimento e morte”, uma verdadeira fascistização dos tribunais, através da “judicialização” e “militarização da política”. Portanto, entre 2014 e 2018 houve um verdadeiro caça às bruxas, uma perseguição a todos os indivíduos e campos relacionados aos governos de Lula e Dilma, justificado pelo famoso discurso de combate à corrupção. Um crime que foi arquitetado pelos juízes e procuradores da Operação Lava Jato de Curitiba, em especial, o Ex-Juíz Sérgio Moro, que baseou-se na perseguição ao Lula, obtendo êxito em deixá-lo de fora da disputa eleitoral de 2018, que por sua vez, liderava as pesquisas para o pleito daquele ano. Por consequência, esse crescimento do segmento jurídico devido ao aumento do discurso do ex-Juiz corrupto e esdrúxulo, de um combatente da corrupção introduzida no Brasil, legalizada e comprada pela classe média, pela alta burguesia e pela grande mídia brasileira, contribui também, de forma direta para que a frase tão repetida pelo senso comum citada anteriormente se consolide ainda mais.

Em vista desse aumento descomunal de grupos neonazistas, que totalizam um número em torno de mais de quinhentos, quando não se tem o controle desse discurso de ódio, ameaçando inclusive a posse do Lula em Janeiro, e um descumprimento das regras do jogo político democrático e do estado de direito — utilizando-se o poder de forma autoritária como uma ferramenta para oprimir, coagir e perseguir adversários e “inimigos” —, casos bárbaros como o que aconteceu em Aracruz - ES, serão mais frequentes. Caso em que jovem de dezesseis anos feriu doze e assassinou quatro pessoas em duas escolas utilizando símbolos nazistas. Desse caso em específico, surgem algumas questões — o objetivo deste artigo é levar o leitor a refletir —, Se esse jovem adolescente de dezesseis anos fosse negro, e invadisse essas escolas, ele teria saído vivo da respectiva situação? Quando o sujeito é branco, de olhos claros, de classe média, automaticamente lhe é inserido privilégios, isto é, atestar desequilíbrio mental em um caso desse? Por que o pai do garoto (policial militar), comprou o livro "Minha Luta", escrito pelo ditador nazista Adolf Hitler? Todas essas reflexões são válidas, uma vez que, as reportagens dos noticiários apresentaram a notícia com a imagem de uma mão negra segurando uma arma. Por quê?