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    Marcia Tiburi

    Professora de Filosofia, escritora, artista visual

    108 artigos

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    O retorno do fascismo: como ver a live de Bolsonaro e não sentir medo?

    O novo projeto da família miliciana é velho, mas atingiu a metateoria: vender conservadorismo como formação política, mentir sobre a mentira criando confusão

    Flávio, Jair, Eduardo e Carlos Bolsonaro (Foto: Reprodução)

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    2024 é ano de eleição e o líder mais falastrão do Brasil vem com tudo, com o discurso de ajudar quem quer entrar na política, apesar de ele mesmo estar inelegível desde 30/06/23.

    Infelizmente, o fascismo não é coisa do passado. Sobre o combate ao fascismo, o governo brasileiro e todos os governos democráticos estão sendo extremamente negligentes. O preço será pago com a ascensão cada vez mais radical da extrema-direita, ou seja, do governo do preconceito e da maldade. 

    Bolsonaro voltou com seu discurso hipnotizador. Escamoteando o ódio contra minorias, ele apelou ao conservadorismo transformado em marca. A live de domingo foi um ato publicitário no qual o conservadorismo foi a mercadoria, inclusive com lançamento de uma plataforma. 

    O líder fez seu papel habitual de hipnotizador das massas garantindo o consumo da ideologia fascista contra a esquerda. Lula foi tratado como concorrente. 

    Cada frase era marcada pela inversão de sentido que faz parte da mentira generalizada. 

    Criando confusão sobre “fake News”, de modo a livrar-se de acusações, o líder fascista chegou a falar sobre o gabinete do ódio e o assassinato de Marielle Franco com falso pesar. 

    No seu eterno gaslighting coletivo, o líder manteve o ritmo psicopolítico, sempre “zoando” com Lula, para parecer simpático e, ao mesmo tempo, polarizar com ele. 

    A autodefesa contra a acusação de fascismo mostra que o fascismo está mais sofisticado. Ao entender que os outros entenderam o seu jogo, resta a autodefesa cínica. Identificar-se com esse líder em suas vestes de cidadão normal é meio inevitável. O fascismo é o destino. 

    O novo projeto da família miliciana é velho, mas atingiu a metateoria: vender a unidade da direita, vender conservadorismo como formação política, enrolar o povo, mentir sobre a mentira criando confusão a partir de falsos questionamentos sobre o que é verdade e o que é mentira. 

    A intenção é hipnotizar e deu certo. 

    Um dos seus herdeiros finalizou dizendo que o sentimento que o presidente Bolsonaro criou não vai terminar, de fato, o ódio é infinito. 

    O ódio é uma máquina de tortura e guerra, um verdadeiro marca-passo no coração de muitos, que precisa ser substituído por amor, por respeito e abertura ao outro para voltar a pulsar de verdade.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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