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      Pedro Paiva

      Jornalista, mora em Nova York. Foi produtor e repórter do América News, jornal do canal internacional da Globo feito para a comunidade brasileiros nos Estados Unidos. É colaborador da Revista Híbrida e da USBRTV nos Estados Unidos. Acompanha a política estadunidense e outros temas importantes do país

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      O Trumpismo pós-Trump

      Se tudo ocorrer dentro da normalidade, ou “dentro das quatro linhas da constituição”, Donald Trump deixará a Casa Branca no dia 20 de janeiro de 2029

      Presidente dos EUA, Donald Trump 14/02/2025 REUTERS/Nathan Howard (Foto: Nathan Howard)

      Se tudo ocorrer dentro da normalidade, ou “dentro das quatro linhas da constituição”, como diria sua cópia mal feita dos trópicos, Donald Trump deixará a Casa Branca no dia 20 de janeiro de 2029. Desta vez para sempre.

      De acordo com a 22ª emenda da constituição americana, nenhum cidadão deve ser eleito presidente do país por mais do que dois mandatos - sejam eles consecutivos, como no caso de Barack Obama, ou interrompidos, como no caso de Donald Trump.

      Ainda que o segundo mandato de Trump esteja apenas começando, a questão sobre o futuro do Trumpismo e do Partido Republicano - agora feito à imagem e semelhança do movimento Make America Great Again - já está em pauta. Em parte porque, no terror absoluto do tempo presente, muitos começam a mirar o futuro como forma de escapar da realidade concreta do momento em que vivemos. Mas também porque é um questionamento válido.

      Na última semana aconteceu, em Washington, o CPAC 2025, a conferência da Internacional Fascista, por assim dizer. Ali estavam presentes líderes e figuras influentes da extrema-direita mundial. Uma pesquisa foi feita, com os participantes, para entender quem deveria substituir Trump no fim da década.

      Em primeiro lugar ficou J.D. Vance, o vice de Trump que foi à Europa dizer que o grande perigo para os europeus era o inimigo interno. Ele apareceu com 61% dos votos. O motivo é simples: ele é o vice-presidente e, por isso, é visto como a pessoa mais próxima a Trump. O presidente, porém, em coletiva de imprensa na Casa Branca, já disse que não acha que Vance será o próximo a ocupar o Salão Oval.

      Em segundo lugar ficou o guru da extrema-direita mundial, Steve Bannon, com 12%. Ele, que foi investigado em um esquema de corrupção por embolsar doações para a construção do muro na fronteira com o México e, depois, foi perdoado por Trump em 2021, tem outros planos. Durante sua fala na CPAC, afirmou que Trump será candidato novamente em 2028. Terminou fazendo a saudação nazista, algo que já está se tornando um costume.

      Ron DeSantis, o governador da Flórida, ficou em terceiro lugar com 7%. Ele tentou em 2024, mas falhou. Foi o primeiro, inclusive, a ter o apoio de Elon Musk nas prévias do partido. Querer ele quer, difícil é saber se consegue. DeSantis anunciou a criação de um DOGE (Departamento de Eficiência Governamental, liderado por Musk) estadual. Para muitos, a ideia já indica uma vontade de pegar o bastão daqui a 4 anos.

      A grande questão, porém, é se haverá Trumpismo pós-Trump. O culto da extrema-direita à imagem do republicano na última década pode tornar difícil uma substituição. As brigas internas também. O próprio não diz o que será da sua vida após o fim do mandato - tampouco desconsidera concorrer de novo passando por cima da constituição (outra coisa que vem se tornando costume por aqui).

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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