O Trumpismo pós-Trump
Se tudo ocorrer dentro da normalidade, ou “dentro das quatro linhas da constituição”, Donald Trump deixará a Casa Branca no dia 20 de janeiro de 2029
Se tudo ocorrer dentro da normalidade, ou “dentro das quatro linhas da constituição”, como diria sua cópia mal feita dos trópicos, Donald Trump deixará a Casa Branca no dia 20 de janeiro de 2029. Desta vez para sempre.
De acordo com a 22ª emenda da constituição americana, nenhum cidadão deve ser eleito presidente do país por mais do que dois mandatos - sejam eles consecutivos, como no caso de Barack Obama, ou interrompidos, como no caso de Donald Trump.
Ainda que o segundo mandato de Trump esteja apenas começando, a questão sobre o futuro do Trumpismo e do Partido Republicano - agora feito à imagem e semelhança do movimento Make America Great Again - já está em pauta. Em parte porque, no terror absoluto do tempo presente, muitos começam a mirar o futuro como forma de escapar da realidade concreta do momento em que vivemos. Mas também porque é um questionamento válido.
Na última semana aconteceu, em Washington, o CPAC 2025, a conferência da Internacional Fascista, por assim dizer. Ali estavam presentes líderes e figuras influentes da extrema-direita mundial. Uma pesquisa foi feita, com os participantes, para entender quem deveria substituir Trump no fim da década.
Em primeiro lugar ficou J.D. Vance, o vice de Trump que foi à Europa dizer que o grande perigo para os europeus era o inimigo interno. Ele apareceu com 61% dos votos. O motivo é simples: ele é o vice-presidente e, por isso, é visto como a pessoa mais próxima a Trump. O presidente, porém, em coletiva de imprensa na Casa Branca, já disse que não acha que Vance será o próximo a ocupar o Salão Oval.
Em segundo lugar ficou o guru da extrema-direita mundial, Steve Bannon, com 12%. Ele, que foi investigado em um esquema de corrupção por embolsar doações para a construção do muro na fronteira com o México e, depois, foi perdoado por Trump em 2021, tem outros planos. Durante sua fala na CPAC, afirmou que Trump será candidato novamente em 2028. Terminou fazendo a saudação nazista, algo que já está se tornando um costume.
Ron DeSantis, o governador da Flórida, ficou em terceiro lugar com 7%. Ele tentou em 2024, mas falhou. Foi o primeiro, inclusive, a ter o apoio de Elon Musk nas prévias do partido. Querer ele quer, difícil é saber se consegue. DeSantis anunciou a criação de um DOGE (Departamento de Eficiência Governamental, liderado por Musk) estadual. Para muitos, a ideia já indica uma vontade de pegar o bastão daqui a 4 anos.
A grande questão, porém, é se haverá Trumpismo pós-Trump. O culto da extrema-direita à imagem do republicano na última década pode tornar difícil uma substituição. As brigas internas também. O próprio não diz o que será da sua vida após o fim do mandato - tampouco desconsidera concorrer de novo passando por cima da constituição (outra coisa que vem se tornando costume por aqui).
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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