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    Tereza Cruvinel

    Colunista/comentarista do Brasil247, fundadora e ex-presidente da EBC/TV Brasil, ex-colunista de O Globo, JB, Correio Braziliense, RedeTV e outros veículos.

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    ONU: Lula defende o fim do poder de veto no Conselho de Segurança

    'Achamos que nem os russos, nem os americanos, nem os chineses, nem os franceses e nem os ingleses devem ter poder de veto', afirmou o presidente

    Faixa de Gaza destruída, avião da FAB KC-390 e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: REUTERS/Mohammed Fayq Abu Mostafa | FAB | Ricardo Stuckert / PR)

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    Falando sobre a guerra Israel x Hamas, no encontro desta sexta-feira com jornalistas, o presidente Lula pregou o fim do poder de veto dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, lembrando que a proposta de resolução apresentada pelo Brasil na semana passada, propondo medidas de alívio humanitário em Gaza, embora aprovada pela maioria dos países foi vetada pelos Estados Unidos.

    Afirmando que o Brasil vai continuar com seus esforços diplomáticos, Lula afirmou:

    - Alguém tem que falar em paz. A nota que o Brasil apresentou foi aprovada por 12 de 15 países, e duas abstenções. Então foi aprovada. É por isso que queremos acabar com o direito de veto. Achamos que nem os russos, nem os americanos, nem os chineses, nem os franceses e nem os ingleses devem ter poder de veto.

    O Brasil, neste momento, está negociando uma nova resolução a ser apresentada na segunda-feira, valendo-se do tempo que lhe resta como presidente temporário do Conselho de Segurança, que terminará no dia 31. Depois o posto será assumido pela China, que teria ainda mais dificuldades para negociar uma solução, por conta de seu contencioso político com os EUA.

    Em sua fala sobre a guerra, Lula acusou o premiê israelense Netanyahy de querer acabar com a faixa de Gaza, onde "crianças e mulheres têm sido a maioria das vítimas" da contra-ofensiva de Israel, após os ataques do Hamas no dia 7 passado.

    A propósito do Hamas, Lula respondeu a questionamento sobre o tratamento dado ao grupo, dizendo que o Brasil só adota a qualificação de terroristas para grupos, partidos ou quaisquer forças políticas quando o Conselho de Segurança da ONU aprova tal enquadramento. E que isso não ocorreu ainda em relação ao Hamas, que disputou e venceu eleições em Gaza. Por isso o Brasil chamou os ataques do dia 7 de outubro de ações terroristas, mas não trata o Hamas como tal.

    - Eu não queria que a imprensa brasileira tivesse dúvidas sobre o posicionamento do Brasil sobre isso. O que nós estamos dizendo? Que o ato do Hamas foi terrorista.

    Ainda sobre a guerra, Lula destacou o repatriamento dos brasileiros que estavam em Israel e prometeu continuar com seu esforço para retirar os que estão em Gaza. "Se houver um país cujo governante é amigo do Hamas, é com ele que eu vou falar", disse Lula citando os vários chefes de Estado ou de governo com quem já conversou nos últimos dias, desde a eclosão da guerra.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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