País não aceita nostálgicos de 64, do AI-5, da tortura e do terror de Estado
Vídeo sobre a conspiração bolsonarista contra eleições de 2023 é prova clara de crime contra a democracia
A revelação, confirmada em vídeo do Planalto, de que em junho de 2022 Jair Bolsonaro reuniu o comando de seu governo para anunciar o plano de cancelar as eleições presidenciais marcadas para outubro, assim garantindo sua permanência no poder através de uma ditadura, possui uma importância que não pode ser diminuída.
Em primeiro lugar, revela que, ao longo do ano eleitoral de 2023, os brasileiros e brasileiras viveram muitos meses sob duas realidades de natureza distinta.
Na oficial, como ocorre desde 1989, quando o país recuperou o direito de escolher o presidente da República pelo voto direto suprimido pelo regime de 64, a população assistiu aos debates da campanha presidencial, fez opções e escolhas.
Na clandestina, o Planalto de Bolsonaro deu curso ao projeto de golpe de Estado, com apoio da quase totalidades dos altos oficiais das três armas, presentes àquele evento sinistro, mas que só seria revelado na semana passada, com a divulgação para todo o país de um vídeo localizado pela Polícia Federal.
Já era sabido que, durante o pleito, o bolsonarismo fez o possível para tumultuar o caminho das urnas. Mobilizou agentes da Polícia Rodoviária para bloquear estradas e retirar passageiros de ônibus, entre outras ações escandalosas.
Mas a vontade do eleitor brasileiro prevaleceu e por causa dela Luiz Inácio Lula da Silva cumpre seu terceiro mandato presidencial.
Quanto a Jair Bolsonaro, as provas de seus crimes estão registradas com som e imagem. Sua responsabilidade – e de auxiliares próximos – fica clara como poucas vezes na história de uma investigação sobre crimes políticos.
Nesta situação não se pode perder tempo. É hora de apurar, denunciar e julgar. Qualquer hesitação, ou passo em falso em busca de acenos enganosos e acordos imorais, só irá dar novo oxigênio aos nostálgicos da ditadura.
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* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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