Pede pra sair, Tarcísio!
A população paga ao Estado para protegê-la, não para executá-la
Circulam nas tevês e nas redes sociais as imagens nauseantes de um policial assassinando friamente com um tiro a queima roupa um estudante de Medicina em São Paulo, Marco Aurélio Cardenas Acosta. Como se banalizar a vida dos cidadãos fosse o Artigo 1º da cartilha de formação das forças de segurança do Governo Tarcísio de Freitas. Como se todo o Estado tivesse se transformado num imenso Carandiru, onde basta estar vivo para se merecer a morte.
A população paga ao Estado para protegê-la, não para executá-la. Assistir ao desespero da mãe do rapaz, à sua cobrança, seu desabafo, foi de partir o coração. Provavelmente haverá uma investigação que, apesar da evidência das imagens, dirá que o soldado agiu "em legítima defesa". É de praxe.
Quanto ao ser que governa aquela entidade federativa, só me resta dizer:
"Pede pra sair, Tarcísio.
Um governador que, além de não saber debelar o crime de seu estado, paga à sua força policial para agir como criminosa, para cometer crimes, para assassinar cidadãos inocentes, desarmados, sem nada que os desabone.
Pede pra sair, Tarcísio, pois suas mãos estão tanto ou mais sujas de sangue do que as do seu policial, que se sente autorizado e até incentivado pelo senhor para matar a população. É isso que temos visto, desde o primeiro dia de seu governo.
Aqui no Rio de Janeiro, tivemos também um governador monstruoso, que mandava "mirar na cabecinha". Acabou preso e degredado da vida pública.
O seu policial, Tarcísio, mirou no peito de um jovem com todo o futuro pela frente, um jovem que saiu de casa para fazer amor e acabou vítima do ódio de sua guerra suja. Acabou morto, sem futuro para ele nem para os pais.
Que essa pobre mãe tenha a mesma fibra de minha mãe para não se calar, para denunciar ao mundo sua gestão desumana, demoníaca, indigna de qualquer homem público deste e de qualquer país.
Pede pra sair governador, antes que o senhor se afogue nesse mar de sangue do extermínio que o seu governo prega e patrocina.
Não se olhe mais no espelho, governador, pois só verá sangue jorrando de seus poros abertos.
Aproveita a deixa do plano macabro agora revelado de seus maiores parceiros, e pede pra sair, antes que desencavem mais podridão, e ela respingue no seu retrato a óleo dependurado no Palácio dos Bandeirantes.
E leva junto o retrato do "Dorian Gray" que vendeu sua alma aos demônios da política, e que a cada dia mais se deteriora."
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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