Pichou o STF e pegou 14 anos. Imagina Bolsonaro
Bolsonaristas temem cadeia e já falam em “Chile” como destino do ex-presidente
Se Débora Rodrigues levou 14 anos por pichar uma estátua, quanto tempo pegará Bolsonaro por incitar um golpe?
A pergunta ecoa nos corredores do poder — e também entre os próprios bolsonaristas, que ironizam um possível destino do ex-presidente com o apelido de “Chile”… ou melhor, xilindró.
A verdade é que a casa começou a cair. O Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, condenou Débora Rodrigues dos Santos a 14 anos de prisão por participar dos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.
Débora foi flagrada pichando a frase “Perdeu, mané” na estátua “A Justiça” diante da sede do STF — uma referência direta à fala do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, em resposta a bolsonaristas hostis nos EUA.
O julgamento da bolsonarista acontece no plenário virtual do STF, iniciado no dia 21 e com previsão de encerramento em 28 de março. Nesse modelo, os votos são apresentados eletronicamente, sem debate presencial.
O voto de Moraes não economizou na caneta: segundo o ministro, a ré agiu com dolo e aderiu “a propósitos criminosos voltados à ruptura do Estado Democrático de Direito”.
As penas somadas chegam a 14 anos de reclusão, além de uma multa de R$ 50 mil e indenização de R$ 30 milhões por danos morais coletivos (em conjunto com os demais réus).
Enquanto a base bolsonarista ironiza com piadas nervosas sobre o “Chile”, parlamentares da oposição falam em “justiça feita” e “exemplo necessário”.
Na prática, o recado está dado: quem financiou ou liderou os atos pode esperar punições ainda mais severas. E Bolsonaro está no centro desse furacão jurídico.
É a primeira vez, desde a redemocratização, que o STF aplica penas tão duras a civis por tentativa de golpe. A sentença de Débora é simbólica e pode abrir precedente para a responsabilização de figuras do alto escalão político.
Lembre-se: Bolsonaro foi citado dezenas de vezes nos inquéritos do 8 de janeiro, além de ter tido celular apreendido e passaporte recolhido por ordem do próprio Moraes.
Com a condenação de Débora, a régua da Justiça subiu. Resta saber se Bolsonaro escapará por entre as brechas da toga — ou se terá o mesmo destino da bolsonarista pichadora.
Os ministros podem ainda apresentar destaques ou pedidos de vista, mas a tendência, segundo fontes do próprio STF, é de endurecimento geral das penas.
O ex-presidente, por sua vez, continua a negar envolvimento direto nos atos golpistas, mas até os aliados mais próximos já admitem nos bastidores que “o cerco está fechado”.
Débora Rodrigues, ao escrever “Perdeu, mané” no mármore do STF, não imaginava que assinava sua própria sentença.
Se 14 anos de prisão foram impostos a quem pichou uma estátua, quanto tempo caberá ao comandante simbólico dos atos de 8 de janeiro?
A Justiça brasileira começa a virar a página do golpismo. Mas o último capítulo dessa história ainda está por vir — e pode muito bem se chamar Jair Messias Bolsonaro.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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