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    César Fonseca

    Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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    Posição de Lula contra genocídio sionista fortalece Genoino, Breno e PCO contra Conib

    A posição humanitária do governo Lula representa, ao mesmo tempo, crítica à Conib, que acusa indistintamente de antissemita os adversários do sionismo

    Mauro Vieira | Palestinos caminham em meio a destroços de prédios em Gaza destruídos por ataques de Israel 09/10/2023 (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil | REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa)

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    A posição humanitária do governo Lula, por meio da declaração do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, de que Israel deve parar com o genocídio contra palestinos e cumprir decisão da Corte Internacional de Justiça(CIJ), de Haia, favorável à demanda da África do Sul, representa, ao mesmo tempo, crítica à Confederação Israelista do Brasil (Conib) que acusa indistintamente de antissemita os adversários do sionismo nazifacista.

    A Conib, em seu radicalismo, tem protagonizado ações supremacistas de clara interferência nos assuntos internos do país, formulando e atuando contra interesse nacional.

    Uma clara interferência é a tentativa de influenciar a justiça brasileira, para condenar os que julga antissemitas, levando a Israel juízes brasileiros pagos pelo governo israelense.

    Evidencia-se claro objetivo de combater e, consequentemente, condenar à prisão os críticos do sionismo nazifascista que a Conib condena.

    A entidade sionista, também, pelo seu explícito posicionamento pró-bolsonarismo, tem participado, indiretamente, do ataque à democracia brasileira pelo fascismo tupinquim, como aconteceu no golpe de 8 de janeiro de 2023.

    Sua aproximação com Bolsonaro, que lançou mão de verbas públicas para adquirir tecnologia israelense destinada ao monitoramento dos antifascistas brasileiros, criou ambiente de estímulo ao avanço do ódio político que polarizou o clima político no país.

    A embaixada de Israel ganhou notoriedade excepcional no governo Bolsonaro que a levou a achar que poderia, no governo Lula, ganhar autonomia para tentar enquadrá-lo conforme interesses de Israel na sua escalada nazifascista contra os palestinos.

    Para tanto, mobiliza os sionistas radicais, no Brasil, objetivando conduzir o noticíario político pró-Israel na mídia ultra conservadoria tupiniquim, crítica do governo Lula pelas suas posições anti-genocídio sionista.

    Tais posições ficarão mais explícitas e intensas, a partir de agora, após a posição do Conselho Internacional de Justiça(CIJ), de condenação ao regime nazifascista de Netanyahu.

    Sintomaticamente, portanto, o governo Lula se alinha aos críticos do sionismo genocida, no Brasil, como o ex-presidente do PT, ex-deputado José Genoíno, e os jornalista Breno Altman, editor do Opera Mundi, autor do livro "Contra o sionismo", e Rui Costa Pimenta, editor do Partido da Causa Operária(PCO), que responde, segundo Rui, sete inquéritos na justiça, encaminhados pela Conib.

    A pergunta que fica no ar é: que fará o Partido dos Trabalhadores(PT), depois do posicionamento do governo contra o sionismo pró-nazifascismo, visto que a agremiação, até agora, nega-se a um posicionamento político determinado em relação a Israel, dando a entender sentir-se amedrontado diante do sionismo radical de Netanyahu.

    Na próxima semana, com abertura dos trabalhos legislativos, no Congresso, aumentarão as tensões políticas quanto à relação Brasil-Israel, depois do posicionamento oficial do Itamaraty pró-África do Sul.

    O PT terá de pronunciar-se sobre o documento sul-africano, de mais de 80 páginas, que alega que Israel violou a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio da ONU, de 1948.

    Trata-se de teste de fogo para o PT, silencioso sobre o assunto, em termos partidários, algo incômodo para a agremiação que tem como líder no Senado, um judeu engajado nas questões ideológicas semitas, senador Jacques Wagner.

    O agravante, para a militância petista, é que, até o momento, passados mais de 100 dias do conflito, na Palestina, Wagner se mostrou ausente, ao não fazer nenhum pronunciamento.

    O líder petista judeu, depois da posição da CIJ, alinhar-se-á com a posição pró-governo Lula que condenou Israel, em Haia, por violar convenção na Faixa de Gaza, dando-lhe xeque-mate, ou continuará em silêncio quanto ao assunto, o que denotará, politicamente, seu aval à Conib, que cobra insistentemente do Planalto defesa pró-sionismo?

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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