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    Milton Alves

    Jornalista e sociólogo

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    PT Curitiba: a saída positiva do impasse é dar vez e voz à militância para decidir

    A candidatura própria do PT é a melhor alternativa para unir e fortalecer o partido em Curitiba

    (Foto: Lula Marques)

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    O Partido dos Trabalhadores (PT) de Curitiba vive nos últimos meses um amplo processo de debate sobre as eleições municipais deste ano. Novos fatos engrossaram o caldo do conflito interno: a decisão do Diretório Nacional de empurrar para a comissão executiva nacional a palavra final sobre a tática eleitoral e a desfiliação do ex-governador e ex-senador Roberto Requião do partido, ele defendeu uma candidatura própria enquanto estava no PT.

    O adiamento da decisão reflete também dúvidas no interior da própria corrente majoritária do PT, a CNB, sobre a melhor opção de tática eleitoral para Curitiba, além dos desentendimentos com o PSB em diversas capitais.

    Portanto, o quadro interno se encontra congelado até a próxima reunião da executiva nacional. Se os defensores da aliança com o deputado Luciano Ducci (PSB) agirem com algum senso de proporção do tamanho do desastre dessa condução autoritária e excludente, reorientam para a retomada do processo de consulta à militância e abrem o diálogo interno para a construção de um projeto estratégico do PT-PR para 2026-2030.

    A resistência da militância de base foi o fator decisivo para impedir, até o momento, a consumação do apoio ao candidato direitista. O atropelo oriundo de decisão restrita e apressada do Grupo de Trabalho Eleitoral, passa por cima de todas as deliberações anteriores, como a suspensão do encontro municipal de delegados –, uma conduta que pretende impedir a deliberação pelo coletivo partidário da tática eleitoral do PT em Curitiba.

    Em nome de quê se faz isso? A motivação é clara: alimentar a ilusão de que o governo Lula e o próprio PT podem ser defendidos por inimigos jurados de nosso projeto ou pela fajuta e diluída “Frente Ampla”. Uma política inconsistente, que desarma e desmobiliza a militância para a luta em defesa das transformações que o país precisa e para as próximas eleições municipais.

    E o mais importante do ponto de vista da luta política em curso: não se combate o Bolsonarismo amarrando o PT às mesmas forças responsáveis pelo impeachment da presidenta Dilma, pela prisão de Lula e pela eleição fraudulenta de Bolsonaro. O nosso L é de Luta e Lula, e não de Lira e Luciano!

    O Movimento pela candidatura própria do PT vai seguir apresentando em todos os espaços, as diferenças políticas que estão por trás da disputa em Curitiba, com o objetivo de fortalecer este campo que construímos para disputar os rumos do partido.

    O PT de Curitiba tem uma história de lutas contra os poderosos, inclusive aqueles a quem corre hoje o risco de ser submetido. O PT de Curitiba tem em seu acervo político uma heroica vigília de 580 dias em defesa da liberdade de Lula e o combate ao Lavajatismo de Moro e Deltan Dallagnol. Ali, naquela luta, se viu quem estava conosco e não se viu quem estava contra.

    A candidatura própria do PT é a melhor alternativa para unir e fortalecer o partido em Curitiba e a que mais favorece a acumulação de forças para as próximas batalhas.

    E no sábado, 13, o movimento realiza o ato político e cultural “Mortadelada do PT” pela candidatura própria, às 11h, na XV com Monsenhor Celso.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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