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      Luis Mauro Filho

      Luis Mauro Filho é jornalista e editor do Brasil 247.

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      Quantos Brasis se encontraram no STF, nesta semana?

      Julgamento da cúpula golpista une símbolos históricos e reforça a defesa dos direitos democráticos básicos, diz Luis Mauro Filho

      Hildegard Angel acompanha julgamento da tentativa de golpe no STF (Foto: Antonio Augusto/STF)

      Ivo Herzog e Hildegard Angel assistiram ao primeiro dia do julgamento da cúpula golpista de Jair Bolsonaro, na quarta-feira (25), no Supremo Tribunal Federal.

      Ivo é filho de Vladimir Herzog, jornalista e editor da TV Cultura nos anos 1970, morto pela ditadura militar. Já Hildegard é filha da estilista Zuzu Angel e irmã do estudante e atleta Stuart Angel, ambos assassinados pelo mesmo regime autoritário e violento que governou o Brasil por 21 anos.

      A presença dessas duas figuras, que carregaram consigo ao longo de suas vidas as marcas da história brasileira do último século, cria uma síntese fina, subjetiva, mas muito potente entre o mérito do julgamento e os símbolos do nosso passado.

      O que o Supremo Tribunal Federal julga, neste caso, é também a solidificação de nossa posição, enquanto nação, sobre o golpismo. Alguns ministros, inclusive, deixam isso claro em seus votos.

      “Dizem que não morreu ninguém, que em 1º de abril de 1964 não morreu ninguém. Golpe de Estado mata, não importa se é no dia ou anos depois. Golpe de Estado mata, não importa se é no dia ou anos depois”, pontuou o ministro Flávio Dino.

      “Ditadura mata. Ditadura vive da morte. Não apenas da sociedade, da democracia. Mas de seres humanos de carne e osso”, afirmou a ministra Cármen Lúcia.

      No quadragésimo aniversário da redemocratização brasileira, é preciso que seja esse o entendimento sobre eventuais aventuras de caráter autoritário que possam surgir no nosso futuro. É preciso fechar a porta a esse tipo de sanha. Ditadura mata porque não dialoga, portanto é preciso intransigência na defesa da democracia.

      Que este momento também sirva como oportunidade de expandirmos o que consideramos direitos básicos da democracia, inclusive fazendo cumprir a tão atacada Constituição de 1988. É preciso entender, de uma vez por todas, que o direito à educação de qualidade e universal é inalienavelmente democrático. Ou que a segurança alimentar, bem como a moradia digna, são garantias básicas que um Estado democrático deve assegurar à sua população.

      O Brasil tem a oportunidade de, simbolicamente, realizar essa síntese. Olhar e refletir dignamente sobre nosso passado, julgar o que nos aconteceu no presente e definir o que queremos, enquanto nação, para o futuro.

      * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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