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    Emir Sader

    Colunista do 247, Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros

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    Quem pariu, que embale o miliciano genocida!

    "Que o embalem, que fiquem com ele até a beira do túmulo em que ele – e todos os seus ainda cúmplices - serão enterrados pelo tsunami democrático que toma conta do Brasil", escreve o sociólogo Emir Sader

    Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

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    Conforme robustas provas científicas, 'tatu' não sobe em árvore. Alguem o colocou lá em cima. 

    Da mesma forma que miliciano genocida não se elege presidente da República. Alguém ou muitos, o colocaram la. E tem que embalá-lo sozinho. 

    Estão, entre eles, os promotores e atores do golpe que interrompeu de novo a democracia no Brasil, em 2016, em nome de supostas pedaladas fiscais, que permitiram a farsa do impeachment contra Dilma. São eles, em primeiro lugar, os responsáveis pelas catástrofes sanitárias, políticas, econômicas e sociais a que foi jogado o país. 

    Estão os que acreditaram neles, que compraram a ideia do “tudo menos o PT”, que toleraram, fecharam os olhos, fingiram que não era uma eleição fajuta, que derivou do golpe contra a Dilma, da prisão e impedimento do Lula de ser candidato, quem acreditou na mamadeira de piroca, foi cúmplice ativo das catástrofes que vivemos. 

    Dos juízes que fecharam os olhos para a ruptura da democracia, da mesma forma que tinham feito em 1964, permitindo que o Brasil fosse jogado na mais cruel ditadura da nossa história. Dos juízes que fingiram que Dilma foi derrubada por um impeachment com fundamentos legais. Dos juízes que toleraram que Lula fosse acusado, preso, impedido de ser candidato, com argumentos que agora aceitam que não tinham nenhum fundamento. Dos juízes que aceitaram que as manipulações das eleições de 2018 foram legais, apesar das denúncias das manipulações de quem as financiava. 

    Dos militares, que se prestaram para a nova ruptura da democracia – em que eles sempre embarcam – e participam do governo miliciano e genocida que saiu dali. 

    Da mídia, que se prestou para calar para todas essas ilegalidades e iniquidades, que denuncia agora o governo genocida miliciano, mas finge que não sabe que compactuou ativamente com que fosse colocado no posto em que está agora. Que gosta da sua política econômica, mas sabe que ela perdeu democraticamente nas urnas desde 2002, que só pode estar lá pelos golpes dados à democracia, que só sem democracia essa política econômica genocida, que mata pela fome, pode ter vigência. 

    Dos empresários, que só querem saber dos seus lucros, das privatizações, da especulação na bolsa de valores – os únicos valores que tem -, e que seguem apoiando o milicianos genocida, enquanto ele seguir entregando-lhes, a preço de nada – porque o preço das bananas está muito caro -, patrimônios públicos, o mais recente, a Eletrobras, às custas de tarifas mais altas para todos. 

    Dos “cidadãos de bem”, que só se interessam pelos seus bens, pelos valores de uma família tradicional que eles desrespeitam dia e noite – principalmente noite -, como biombo para a manutenção dos privilégios de que gozam e, sem os quais, não teriam a situação que tem, e das monstruosas desigualdades, de que se beneficiam. 

    Dos que usam as religiões como arma do ódio e não do amor, da discriminacao e não da igualdade, do uso da religião para se enriquecer e não para promover os direitos dos mais desprotegidos. 

    Dos formadores de opinião, a maioria dos quais arrependidos hoje, que se prestaram a desqualificar o PT – alias, chamado de “petralhas”, se lembram -, o Lula, a Dilma, os melhores governos que o Brasil já teve, contanto de mergulhar na onda odiosa do antipetismo, graça à qual desfrutaram de grande exposição na mídia e puderam conquistar e manter seus empregos. 

    Enfim, esse miliciano genocida não é filho da democracia – todos sabem filho do que, ele é. Filho de todos esses que subiram o ‘tatu’ na árvore, que levaram ao Palácio do Planalto o miliciano genocida. Quem o embalem, no seu leito de morte e mortes. 

    Ele não é filho da democracia, não é filho da grande maioria dos brasileiros não é filho dos trabalhadores, dos jovens, dos negros, das mulheres, de todas as vitimas das monstruosas desigualdades que esses cumplices do miliciano genocida fortalecem e reproduzem. 

    Que o embalem, que fiquem com ele até a beira do túmulo em que ele – e todos os seus ainda cúmplices -  serão enterrados pelo tsunami democrático que toma conta do Brasil. Que o embalem, como o colocaram no posto mais alto da República, até que o povo os julgue, os condene e os prescreve definitivamente da história brasileira.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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