Quem se surpreende com o governo dos cúmplices?
Lembram da velha política? Ela nunca esteve tão presente quanto hoje
A cada dia, vivemos um turbilhão de barbaridades por conta de tudo que nos cerca em termos de Desgoverno Federal e, consequentemente, na luta contra o Covid19.
O Brasil é o único país do mundo que terá no mínimo três ministros da Saúde em plena pandemia. Os dois primeiros saíram por não concordar com as sandices anticientíficas a respeito da cloroquina, uma verdadeira bomba para o coração de milhões de cardiopatas brasileiros, assintomáticos ou não. Como ninguém acredita que as tais sandices possam ser apenas fruto da mente degenerada de Bolsolini, é de se supor quem lucrará com a mais nova commodity da praça.
No fim de semana, pulularam as acusações de trapaça eleitoral "denunciadas" por Paulo Marinho, ex-homem forte do bolsolinismo, agora travestido de homem de bem da família brasileira, pré-candidato a prefeito do Rio pelo PSDB. É bom que se diga: ninguém tem dúvidas que a entrevista de PM (uma sigla que cai bem) contém situações de extrema gravidade que acarretariam punições severas se estivéssemos dentro das condições democráticas normais. O problema é que não estamos.
Rachadinha, Queiroz, 48 depósitos, patrimônio incompatível com a renda, está tudo lá e estava ANTES das eleições, mas tudo foi adiado em termos de providências para não prejudicar Bolsolini e as criaturas que fez nascer.
Até aqui, nenhuma novidade. Não há eleitor progressista no Brasil que desconheça o assunto.
O curioso é ter a certeza de que, se o Desgoverno Federal é uma vergonha, alguns de seus ex-pares não deixaram nada a dever.
Ainda que contenham - e contêm mesmo - muitas informações sobre fatos que comprovam a fraude do desgoverno de Bolsolini, tanto o ex-juiz Moro quanto o ex-homem forte Paulo Marinho tiveram o mesmo comportamento ao desembarcar do bolsolinismo.
Ambos testemunharam situações criminosas, foram cúmplices, calaram-se diante dos fatos e, ao se afastarem do poder, sacaram suas pistolas de denúncias. A Marinho cabe o reconhecimento de alguma hombridade por ter falado diretamente a um veículo de comunicação, não utilizando o velho expediente de áudios e conversas gravadas/vazadas desde sempre, caso do ex-ministro da Injustiça.
Bolsolini sentiu o golpe e desistiu de fazer seu pronunciamento em rádio e TV, onde pediria ao povo brasileiro a insanidade de voltar às ruas, quem sabe para morrer em nome do neoliberalismo. Mas apenas no sábado. Horas depois, estava todo pimpão em Brasília, comemorando uma carreata cheia de caminhões... de uma mesma empresa.
Para agradar ao Centrão, nada melhor do que um fundão. É o que foi noticiado hoje, para variar. Uma excelente medida para congelar qualquer avanço em pedidos de impeachment, garantindo a permanência de um desgoverno que, pela própria acepção da palavra, é incapaz de governar e, por isso, busca se manter com novos cúmplices.
Tudo acontece ao largo das milhares de mortes pelo Coronavírus, do engessamento de um país que já estava paralisado em parte pela anemia de políticas de geração de emprego e renda, que vende estagnação como estabilidade, que despreza o povo mas entrega suas carnes ao patronato. O Brasil virou um país de mentiras, ridicularizado mundialmente, um lugar considerado perigoso por conta de seu desastroso líder (?). E principalmente um país de cúmplices, que aceitam o jogo enlameado quando estão em campo, mas fingem ser contra quando estão de fora. Entre mortos e feridos na briga Bolsolini x Moro x Marinho, entre mortos e feridos o ideal era que ninguém se salvasse.
Lembram da velha política? Ela nunca esteve tão presente quanto hoje. Enquanto isso, os adoradores de golpistas e fazedores de arminha ou andam calados ou ainda latem às vezes, sugerindo que a própria estupidez seja algum sinal de valentia ou patriotismo. Tão patéticos quanto seus cúmplices de estimação.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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