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    Moisés Mendes

    Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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    Quem vai blefar nas ‘casernas’ de Nardes quando Lula for o chefe supremo das Forças Armadas?

    "Como Lula lidará com os espasmos golpistas de patriotas civis e fardados, em situação nunca experimentada antes?", pergunta Moisés Mendes

    Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e militares (Foto: Ricardo Stuckert | ABR)

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    Por Moisés Mendes, para o 247

    Os acampamentos e bloqueios em ruas e estradas, os blefes e as ameaças estarão sob outras circunstâncias a partir de janeiro, se nada acontecer até a posse de Lula e se os patriotas continuarem ativos.

    A dúvida é essa. A estratégia da extrema direita a partir daí seria a intensificação do plano de esculhambar com tudo e parar o país? O fascismo terá forças para tanto?

    A extrema direita vai insistir em inviabilizar a circulação de veículos nas cidades e rodovias, mesmo que os riscos possam ser maiores e os ganhos cada vez mais improváveis?

    O sentimento imediato de patriotas e manés, depois da posse de Lula, será o de frustração, porque não terão conseguido criar o ambiente propício à intervenção dos militares e ao golpe.

    A questão é saber se o golpismo se dedicará a uma nova etapa da tentativa do caos que chegou a ser imaginado nos dias da votação, depois na apuração e mais tarde no ambiente pós-eleição em estradas e diante de quartéis.

    Haverá coragem suficiente para continuar amolando, ou a amolação terá cumprido sua missão fracassada?

    O “movimento nas casernas”, assim mesmo, no plural, segundo cenário imaginado pelo ministro do TCU João Augusto Nardes, com Bolsonaro ainda no poder, levaria a um desenlace imprevisível.

    Sem desenlace agora e com Lula no poder, com que militares Nardes poderia contar para insuflar o conflito social esperado por ele e seus amigos de zap?

    Nas estradas, o policiamento ostensivo estará sob novo comando, e o corpo mole do golpismo deixará de prevalecer entre os policiais rodoviários.

    Nas cidades, se houver desordem, o governo não deverá ficar entregue à inércia de parte do Ministério Público, das polícias, de governadores e prefeitos e dos comandos militares.

    Com Lula empossado, autoridades hoje sem brio continuarão indiferentes às ordens expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes para que o país retome a normalidade?

    As instituições continuarão com medo dos militares, mesmo que Lula mude todo o comando das três forças e da chefia da Defesa?

    Bolsonaro repetiu, desde o começo do blefe do golpe, que era quem mandava nos generais.

    Por insegurança, apresentou-se publicamente como chefe supremo das Forças Armadas em maio de 2020, em março e agosto de 2021 e em junho e julho de 2022.

    A partir de janeiro, Bolsonaro não será chefe de nada, talvez nem mesmo de grupos de milicianos.

    O chefe das três armas, daqui a cinco segundas-feiras, será Lula, que já foi o comandante supremo de Exército, Marinha e Aeronáutica por oito anos.

    Como Lula lidará com os espasmos golpistas de patriotas civis e fardados, de novo como chefe supremo, mas em situação nunca experimentada antes?

    O “movimento nas casernas” dos informantes de Nardes e dos oito tios do zap investigados por Alexandre de Moraes irá continuar, mesmo como blefe, ou Lula descobrirá logo que a arruaça foi apenas uma erisipela?

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    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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