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    Sara York

    Sara Wagner York ou Sara Wagner Pimenta Gonçalves Junior é graduada em Letras - Inglês (UNESA), Pedagogia (UERJ) e Vernáculas (UNESA), especialista em Gênero e Sexualidades (IMS/CLAM/UERJ), mestre em educação (UERJ) e doutoranda em Formação de Professoras/es (UERJ), pai, avó, pesquisadora e professora, a travesti da/na Educação.cialista em Gênero e Sexualidades (IMS/CLAM/UERJ), mestre em educação (UERJ) e doutoranda em Formação de Professoras/es (UERJ), pai, avó, pesquisadora e professora, a travesti da/na Educação. Jornalista SRD/6474794/2024

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    Repercussão da performance de Tertuliana Lustosa: uma reflexão necessária sobre educação e arte

    Ao confrontar o ambiente acadêmico com esses universos culturais, Tertuliana provoca uma reflexão essencial

    Tertuliana Lustosa (Foto: Reprodução/X/@TumultoBR)

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    A recente performance de Tertuliana Lustosa durante um seminário na UFMA, em que rebolou na mesa, gerou um amplo debate sobre a relação entre a arte, a educação e o acesso ao conhecimento. Lustosa utiliza a linguagem do paredão e do proibidão — expressões artísticas que, apesar de muitas vezes marginalizadas, são profundamente enraizadas na cultura popular e na vivência de uma significativa parte da população brasileira, especialmente aqueles que não têm acesso à educação superior.

    Ao confrontar o ambiente acadêmico com esses universos culturais, Tertuliana provoca uma reflexão essencial sobre o que constitui o conhecimento e quem tem legitimidade para produzi-lo. Sua performance questiona a hipocrisia de um sistema que aceita facilmente a manifestação cultural de artistas como Anitta ou Ivete Sangalo, mas estranha e rejeita a presença de uma mulher travesti na academia. Essa dicotomia revela não apenas preconceitos enraizados, mas também a necessidade urgente de uma democratização do saber.

    Lustosa enfatiza que o conhecimento gerado na cultura do paredão é legítimo. Essa afirmação é crucial: ao desestabilizar a visão elitista que ainda permeia muitas esferas acadêmicas, ela nos lembra que a arte pode ser um poderoso veículo de comunicação e inclusão. O escândalo em torno de sua performance não é apenas sobre a dança em si, mas sobre o reconhecimento da diversidade e da pluralidade de vozes que devem ter espaço na academia.

    A provocação de Tertuliana nos força a confrontar a hermeticidade do discurso acadêmico, que muitas vezes fala para si mesmo, desconectando-se das realidades sociais que o cercam. O verdadeiro papel da academia deve ser a devolução do conhecimento à sociedade, contribuindo para um espaço mais inclusivo e representativo.

    A repercussão de sua performance não deve ser vista como um mero escândalo, mas como uma oportunidade de diálogo. A partir desse incidente, podemos questionar como as instituições educacionais podem se abrir para novas linguagens e abordagens, reconhecendo a riqueza que vem da diversidade cultural. É um convite para que todos nós repensemos o que significa ser parte da academia e como podemos, juntos, construir um ambiente que valorize e respeite todas as vozes.

    Assim, a fala de Tertuliana Lustosa ressoa como um chamado à ação: um lembrete de que a educação deve ser um espaço de acolhimento e transformação, onde todos têm o direito de expressar suas experiências e conhecimentos.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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