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    Laís Gouveia

    Mineira, jornalista e ativista da mídia livre. Vivendo na Espanha

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    Se for convocado, ato “Bolsonaro preso” é um retumbante tiro no pé!

    Já vimos o filme em 2013, 2016 e temos que aprender. O momento agora exige menos fígado e mais estratégia. O Brasil, definitivamente, não é para amadores

    (Foto: Roberto Parizotti/ CUT)

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    Saiu em vários canais da imprensa: Movimentos sociais e populares discutem a convocação de um dia nacional de mobilização pela prisão de Jair Bolsonaro. Preliminarmente, organizações estudam atos pelo país para o próximo dia 24 de março.

    Considero que o momento agora exige menos fígado e mais raciocínio estratégico da leitura do complexo xadrez brasileiro. Sair às ruas com tal mote implica em várias armadilhas: 

    Devemos reforçar a defesa de que os trâmites processuais sejam respeitados: Assim como no passado reivindicamos isso, não podemos cair no discurso contraditório, apesar de saber da angústia que existe por ver uma figura, que cometeu tantos crimes explícitos, seguir solta. Mas existe um processo contra Bolsonaro e ele está em andamento. Assim como o processo contra o extremista irá seguir com ou sem a existência do ato na Paulista do dia 25 (e o recado do Xandão na segunda-feira foi ácido e claro, de que não irá baixar a guarda), querer interferir politicamente em decisões da PF ou do judiciário causa-me um estranhamento.  É necessário dar tempo ao tempo e respeitar as regras do jogo, para não dar margem, lá na frente, para erros judiciais.  

    Não estamos numa gincana de grêmio estudantil! A direita prega uma manifestação “Bolsonaro livre” e a esquerda, no mês seguinte, prega “Bolsonaro preso”. Dá uma péssima sensação que somos pautados pela agenda da extrema-direita. Eles fazem? nós rebatemos. Quem mobiliza mais? Considero infantil tal mote e repito: excesso de fígado e de pouca consciência estratégica. 

    E que fique bem claro! Ninguém aqui está propondo pijamas, Netflix, com um vinhozinho, existem sim pautas importantes. Que tal um 24 de março contra o genocídio promovido em Gaza, ou sobre a matança que a PM paulista promove na Baixada. Pela taxação das grandes fortunas, taxação dos impostos nas Igrejas. Em defesa das instituições e contra qualquer tipo de ameaça ao estado democrátido de direito. 

    Devemos ter aprendido com os acontecimentos de 2013 e 2016, todo cuidado é pouco. Que tais passagens sempre nos ensine: O Brasil é um terreno pantanoso, não existe espaço para amadores. 

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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