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    Denise Assis

    Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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    Silêncio de Bolsonaro sobre Allan dos Santos tem razões domésticas

    "Uma das razões para Bolsonaro se fazer de morto quanto ao pedido de prisão de Santos, certamente é para não esbarrar no nome do filho, o 03, trazendo à tona novamente o episódio do Capitólio", escreve a jornalista Denise Assis

    Allan dos Santos e Eduardo Bolsonaro (Foto: Reprodução)

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    Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia 

    Há quem esteja estranhando o silêncio de Bolsonaro sobre a ordem de prisão do “ativista” Allan dos Santos, disparada pelo ministro Alexandre de Moares. A explicação para tal silêncio, no entanto, pode estar em um singelo dito popular: “em casa de enforcado não se fala em corda”.  

    Não vai faltar quem se lembre, de que no dia 6 de janeiro deste ano, o Capitólio - prédio que serve como centro legislativo do Estado americano e local de reunião do Congresso - foi invadido. De acordo com investigações, por ordem de Donald Trump, o presidente americano republicano derrotado nas eleições presidenciais, vencidas pelo democrata Joe Biden.  

    A invasão resultou em cinco mortos, vários feridos e deu origem a uma rigorosa apuração feita pelo Estado americano através do FBI. Um dos investigados, conforme posts do jornalista Sam Pancher, em suas redes sociais, é Eduardo Bolsonaro, que participou de reuniões, no dia 5 de janeiro, com o grupo que articulou a invasão do Capitólio.  

    “5 de janeiro de 2021 é o dia anterior à invasão ao capitólio que resultou em mortes e uma tentativa de golpe nos Estados Unidos, houve uma reunião no Trump Hotel que foi apelidada de “conselho de guerra”. Embora neguem que o encontro aconteceu, vários aliados de Trump (incluindo seu filho) foram vistos e fotografados no hotel naquele dia.

    Um desses aliados é Michael Lindell, (o homem do travesseiro) um empresário americano conspiracionista.  

    No dia 5/01, um conhecido brasileiro também estava em Washington. Eduardo Bolsonaro postou fotos com Lindell e na Casa Branca com a filha de Trump, Ivanka. A foto com Lindell, no entanto, foi apagada.

    Não bastasse a foto, o próprio Lindell, em live na manhã do ataque ao capitólio, confirma que esteve com “o filho do presidente do Brasil” na noite anterior. Ele fez uma live em direção ao evento que terminou com mortes e depredação”, escreveu o jornalista.

    Uma das razões para Bolsonaro se fazer de morto quanto ao pedido de prisão de Santos, certamente é para não esbarrar no nome do filho, o 03, trazendo à tona novamente o episódio do Capitólio.  

    Segundo consta, a Polícia Federal, teria apurado que Allan, o ativista do “gabinete do ódio” está em contato com pessoas ligadas àquela invasão e fazendo articulações políticas de ataques à democracia do Brasil.  Allan optou pela fuga depois que seu nome entrou na mira do Supremo Tribunal Federal.  

    O Departamento de Segurança Interna do Estado Ados EUA (DHS), dá conta de que o bolsonarista entrou no país em 12 de agosto de 2020, depois de cumprir quarentena no México, devido à pandemia. Como seu visto de permanência era de seis meses, é possível que sua situação esteja irregular, pois o prazo já estaria vencido. Na época da fuga do ativista a mídia noticiou que sua saída do país se deveu à ajuda do filho 03, pois aqui também a sua documentação estava irregular. O seu passaporte e os de alguns familiares estavam vencidos.  

    Tanto Santos quanto Eduardo estão citados no relatório da CPI da Covid-19, no artigo 286 do Código Penal (incitação ao crime).  

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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