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Andrei Ulinkin

Jornalista, chefe do escritório da agência Sputnik no Brasil

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Sobre o banimento das contas do TikTok da Sputnik Brasil e as sanções do governo dos EUA

"Liberdade de imprensa exige respeito, e o que ocorreu demonstra total desconsideração pelo trabalho sério e transparente da agência"

Tik Tok (Foto: REUTERS/Dado Ruvic)

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Na semana passada, o jornalismo e os princípios da liberdade da imprensa "sextaram" com uma ação hostil por parte de mais uma plataforma digital. Seguindo a Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, outra rede social — o TikTok — baniu permanentemente os perfis de um veículo de imprensa mundial, porém com visão distinta da maioria das agências ocidentais sobre os acontecimentos globais.

Desde então os usuários da rede social perderam o acesso ao conteúdo da agência internacional de informações da Sputnik. O fato ocorreu pouco depois de o governo dos EUA reconhecer o trabalho bem-sucedido deste veículo, entre outros, na divulgação dos assuntos e das pautas que não atendem aos interesses de Washington e, por isso, deveriam ser rotulados como provedores da "influência maligna". Tinham que usar esse termo ridículo, pois sabem que as informações da Sputnik são verídicas e incomodam.

A equipe da Sputnik Brasil lamenta a forma abrupta como seus perfis foram excluídos da plataforma TikTok, sem aviso prévio, sem qualquer evidência técnica de infração ou notificação sobre violações das diretrizes da rede social. Acreditamos que a decisão foi resultado das pressões que a empresa responsável pelo TikTok tem enfrentado há algum tempo por parte das autoridades estadunidenses, já que o nosso perfil foi eliminado após o anúncio das sanções do Tesouro norte-americano ao grupo de mídia que pertence à Sputnik.

Essa censura, resultante de uma decisão unilateral do governo norte-americano que não apresentou análises, provas de crime ou qualquer relatório objetivo de órgãos reguladores, revela uma postura que contraria a liberdade de imprensa. Agradecemos a solidariedade dos colegas brasileiros e correspondentes estrangeiros no Brasil, que logo depois do anúncio das sanções rechaçaram o ataque à liberdade da imprensa e à tentativa de restringir a diversidade de opinião e o direito à circulação livre de informação.

Estamos felizes que a agressão não contou com o respaldo de outras nações soberanas, como o Brasil, cujos governos e populações respeitam os princípios da liberdade de expressão. É fundamental ressaltar que fazemos jornalismo de maneira democrática, com profissionais dedicados à apuração de fatos, oferecendo cobertura nacional e internacional de qualidade, o que, possivelmente, desagrada alguns atores específicos da geopolítica global. Todo o conteúdo da Sputnik é disponibilizado gratuitamente à população e às redes jornalísticas, que podem citar e reproduzir nosso material. Ataques como este vão contra o ideal de liberdade e paz entre os países, além da promoção de um mundo mais participativo e justo. É fundamental expor visões de mundo diversas com responsabilidade e abertura, em nome dos direitos humanos, do diálogo diplomático e da clareza informativa, já que cada nação percebe a realidade de forma única.

A liberdade de imprensa exige respeito, e o que ocorreu demonstra total desconsideração pelo trabalho sério e transparente da agência. Nossa missão é informar e esclarecer a realidade, distante de especulações ou teorias que desviem do compromisso com a informação de qualidade, embasada em fatos e suas interpretações por parte dos especialistas nas áreas abordadas em nossos produtos. O banimento é injustificável, apenas prejudicando a disseminação gratuita e democrática de informações qualificadas e apuradas. Perde a rede, perde o mundo, perde a comunidade internacional.

No entanto, não vamos nos curvar a atos de covardia contra a imprensa livre e continuaremos a trazer aos leitores que nos acompanham e aos colegas tudo o que ocorre no país e no mundo, independentemente do injustificável banimento de nossos perfis. Muitas pessoas, em vários países, acreditam que é importante conhecer o ponto de vista alternativo sobre os acontecimentos do mundo. E nós vamos dar um jeito para que este chegue até eles.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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