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    Valter Pomar

    Historiador e integrante da Direção Nacional do PT

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    Sobre o golpe na Bolívia e a renúncia do Evo

    "A opção de Evo por renunciar é, do ponto de vista político, um absoluto desastre, um erro terrível, catastrófico", diz o colunista Valter Pomar. "O povo não terá a chance de renunciar, nem a alternativa do exílio

    O golpe na Bolívia confirma, mais uma vez, os limites da chamada democracia liberal e o real estado de ânimo das classes dominantes latino-americanas. 

    É preciso denunciar os golpistas e ser solidário às vítimas. É preciso, também, analisar o que ocorreu.  Derrotas são sempre terríveis. Mas as piores derrotas são as desmoralizantes, em que os líderes não apenas contribuem com seus erros para a derrota, como ainda capitulam praticamente sem lutar.   

    Neste sentido, a opção de Evo por renunciar é, do ponto de vista político, um absoluto desastre, um erro terrível, catastrófico.  

    Allende não renunciou e não aceitou o salvo-conduto para sair do Chile. Chavez foi preso mas não renunciou. Entre outros motivos, porque renunciar serviria de argumento para “fantasiar” de “procedente” o golpe.  

    Erros e derrotas  fazem parte da luta. Derrotas também. Mas a covardia é facultativa e opcional.  O povo não terá a chance de renunciar, nem a alternativa do exílio.   E a renúncia de Evo não vai ser o fim, vai ser o início de uma brutal perseguição contra as pessoas comuns do povo.  

    Toda a nossa solidariedade aos que seguem combatendo!  

    Viva o povo boliviano!!!!

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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