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    Ivan Rios

    Sindicalista, historiador, crítico de cinema, escritor, membro do Comitê Baiano de Solidariedade ao Povo da Palestina, graduando em Direito, militante dos Movimentos de Promoção, Inclusão e Difusão Cultural no Estado da Bahia

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    "Somente a superação do capitalismo pode salvar a humanidade"

    A busca por um sistema mais justo e equitativo deve ser uma prioridade para todos aqueles que desejam um futuro melhor para a humanidade

    (Foto: CUT | Reuters | Fotos Públicas)

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    Essa afirmação precisa e contundente proferida no dia 28 de setembro de 2024 (sábado) na Assembleia Geral da ONU, tornou memorável o discurso do ministro cubano das Relações Exteriores, Bruno Rodriguez.

    O discurso de Bruno Rodriguez na Assembleia Geral da ONU destaca a necessidade de superar o capitalismo para salvar a humanidade, uma ideia que ressoa com a crítica à opressão e violência perpetuadas por interesses econômicos e políticos, como exemplificado na questão palestina. A luta contra o fascismo e a defesa dos direitos humanos são enfatizadas como essenciais para preservar a democracia e combater a ascensão de líderes autoritários que promovem divisões e atacam minorias. A solidariedade internacional, a educação crítica, e a luta contra a desinformação são apresentadas como ferramentas fundamentais para construir um mundo mais justo e igualitário, onde a dignidade humana seja priorizada.

    A questão palestina, é um exemplo claro de como a opressão e a violência podem ser perpetuadas por interesses econômicos e políticos. A política de Netanyahu, marcada por ações que muitos consideram genocidas, tem intensificado o sofrimento do povo palestino, negando-lhes direitos básicos e perpetuando um ciclo de violência e desespero. A luta palestina, portanto, não é apenas uma luta por território, mas uma luta pela dignidade humana e pela sobrevivência.

    O avanço do fascismo no mundo contemporâneo é alarmante. Movimentos extremistas têm ganhado força, promovendo ideologias que ameaçam os direitos humanos fundamentais. Esses movimentos, muitas vezes financiados e apoiados por interesses capitalistas, buscam consolidar poder através do medo e da opressão. A retórica de ódio e a desumanização do “outro” são ferramentas utilizadas para justificar a violência e a exclusão.

    Em várias partes do mundo, vemos a ascensão de líderes autoritários que utilizam o nacionalismo e o populismo para dividir e controlar. Esses líderes promovem políticas que atacam minorias, restringem liberdades civis e enfraquecem instituições democráticas. Aqui no Brasil, vemos claramente a disputa sórdida e rasteira da extrema-direita agora polarizada entre duas criaturas abomináveis, Jair Bolsonaro e Pablo Marçal, que “como vermes que após devorarem tudo o que está a sua volta, se voltam para devorar uns aos outros”. Nesse contexto, a luta contra o fascismo, portanto, é também uma luta pela preservação da democracia e dos direitos humanos.

    A solidariedade internacional é crucial nesse contexto. A comunidade global deve se unir para apoiar aqueles que lutam contra a opressão e a injustiça. A defesa dos direitos humanos deve ser uma prioridade para todos os países, independentemente de suas alianças políticas ou interesses econômicos. Somente através da cooperação e do compromisso com a justiça podemos construir um mundo mais justo e igualitário.

    É essencial reconhecer que a superação do capitalismo, como mencionado por Bruno Rodriguez, é uma parte fundamental dessa luta. O capitalismo, em sua forma atual, muitas vezes coloca o lucro acima das pessoas, perpetuando desigualdades e injustiças. A busca por um sistema mais justo e equitativo deve ser uma prioridade para todos aqueles que desejam um futuro melhor para a humanidade.

    Além disso, é importante destacar o papel da educação na luta contra o fascismo e a opressão. A educação crítica e emancipadora pode empoderar indivíduos e comunidades, proporcionando-lhes as ferramentas necessárias para questionar e resistir às injustiças. Investir em uma educação que promova a igualdade, a justiça social e os direitos humanos é essencial para construir uma sociedade mais consciente e engajada na defesa dos valores democráticos.

    Nesse contexto, obviamente, a mídia também desempenha um papel crucial nesse cenário. Uma imprensa livre e independente é fundamental para denunciar abusos de poder e informar a população sobre as realidades enfrentadas por povos oprimidos, como os palestinos. A luta pela liberdade de expressão e contra a censura é, portanto, uma parte vital da resistência ao fascismo e à opressão. Somente com uma mídia comprometida com a verdade e a justiça podemos garantir que as vozes dos marginalizados sejam ouvidas e que a luta por um mundo mais justo continue a avançar.

    O fenômeno da pós-verdade, onde fatos objetivos são menos influentes na formação da opinião pública do que apelos à emoção e crenças pessoais, tem exacerbado a polarização e a intolerância no mundo contemporâneo. Em um ambiente onde as fake news se proliferam rapidamente, a desinformação se torna uma ferramenta poderosa para manipular opiniões e dividir sociedades. A disseminação de notícias falsas não apenas distorce a realidade, mas também mina a confiança nas instituições e nos meios de comunicação tradicionais, criando um terreno fértil para o crescimento de ideologias extremistas e segregacionistas.

    Os perigos das fake news são amplificados pela velocidade e alcance das redes sociais, onde informações falsas podem se espalhar globalmente em questão de minutos. Isso não só prejudica o debate público, mas também coloca em risco a segurança e o bem-estar das pessoas, ao incitar ódio e violência. Em um mundo cada vez mais rivalizado, é crucial promover a alfabetização midiática e a verificação de fatos, capacitando os indivíduos a discernir entre informações verdadeiras e falsas. Somente através de um esforço coletivo para combater a desinformação podemos proteger a integridade dos direitos humanos e a coesão social.

    Estamos, portanto, em uma encruzilhada da utopia, onde a escolha entre continuar no caminho da desigualdade e da opressão ou buscar um futuro mais justo e humano se torna cada vez mais urgente. As esquerdas, mais do que nunca, têm papel fundamental nesse processo, promovendo políticas que humanizem as relações políticas e sociais. Através da defesa dos direitos humanos, da justiça social e da igualdade, as esquerdas podem liderar a construção de um mundo onde a dignidade e o bem-estar de todos sejam prioritários. A luta por um futuro melhor exige coragem, solidariedade e um compromisso inabalável com a justiça e a humanidade.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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