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    "Sanções contra a Rússia foram tiro pela culatra e fortaleceram os BRICS", diz Richard Wolff

    Economista discute as falhas das sanções ocidentais contra a Rússia, a ascensão do BRICS e o enfraquecimento da hegemonia econômica dos EUA

    (Foto: ABR | Reprodução )
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    247 – Em uma recente entrevista, o renomado economista Richard Wolff analisou detalhadamente os efeitos das sanções impostas à Rússia desde o início do conflito na Ucrânia em 2022, além de explorar o crescimento do bloco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e o impacto do declínio da economia dos Estados Unidos. Em sua avaliação, Wolff argumenta que as medidas econômicas impostas pelo Ocidente falharam em atingir os objetivos propostos e destaca a ascensão de novos atores globais, especialmente a China, no cenário econômico mundial. A entrevista foi divulgada pelo canal YouTube de Danny Haiphong.

    "Se o objetivo era colocar a Rússia de joelhos, como o presidente Biden e outros declararam, o resultado foi um fracasso absoluto", afirmou Wolff, destacando que as sanções ocidentais não só não enfraqueceram a economia russa, como também levaram o país a reforçar suas alianças com grandes economias emergentes, como Índia e China.

    Sanções: o tiro que saiu pela culatra

    Wolff explica que as sanções contra a Rússia, amplamente celebradas pelos líderes ocidentais como "a mãe de todas as sanções", foram concebidas para isolar e colapsar a economia russa, mas os resultados práticos foram muito diferentes. "As sanções não paralisaram o complexo industrial-militar russo nem provocaram uma mobilização anti-guerra dentro do país", disse ele. Segundo o economista, a Rússia conseguiu minimizar os impactos das sanções de várias formas, como reorientar sua economia internamente e fortalecer seus laços comerciais com países que não aderiram às sanções.

    Um ponto crucial da análise de Wolff é que a guerra, de certa forma, serviu como um estímulo para a economia russa. Ele traça um paralelo com a história dos Estados Unidos, mencionando que a Grande Depressão dos anos 1930 só foi superada com o advento da Segunda Guerra Mundial, que gerou um grande estímulo econômico. "A guerra foi um estímulo que ajudou a Rússia a contornar alguns de seus problemas econômicos. O que as sanções não conseguiram fazer foi impedir que o país encontrasse novas oportunidades econômicas."

    O papel do BRICS e a ascensão da China

    Outro ponto levantado por Wolff é o crescimento do bloco BRICS, que desempenhou um papel essencial ao fornecer apoio econômico e comercial à Rússia. "A China e a Índia se destacaram como grandes aliadas, permitindo à Rússia escapar das piores consequências das sanções", afirmou. Segundo ele, a China, em particular, tem desempenhado um papel fundamental no cenário global, rivalizando com os Estados Unidos em termos econômicos. "A China não só se tornou a principal concorrente dos EUA, mas também ultrapassou os Estados Unidos em diversas áreas de inovação, como a produção de veículos elétricos de alta qualidade e baixo custo."

    Wolff também critica a postura ocidental de subestimar o crescimento chinês ao longo das últimas décadas. Ele ressalta que, enquanto os Estados Unidos têm crescido a uma média de 2% a 3% ao ano, a China tem registrado taxas de crescimento anual de 6% a 10% nas últimas quatro décadas. "Esse sucesso chinês não pode ser ignorado, e o BRICS, como um todo, está cada vez mais se consolidando como uma força econômica global."

    O colapso do dólar e o declínio do império americano

    Para Wolff, a estratégia dos Estados Unidos de recorrer a sanções e tarifas contra países concorrentes reflete um sinal de fraqueza. Ele alerta para o perigo de os Estados Unidos se isolarem economicamente ao continuar impondo barreiras comerciais, o que pode tornar os produtos americanos menos competitivos no mercado global. "Estamos condenando o povo americano a um aumento no custo de vida, já que não conseguimos aproveitar as inovações desenvolvidas em outras partes do mundo", advertiu.

    O economista também fez uma reflexão sobre o declínio do império americano. "O império dos Estados Unidos está chegando ao fim. A dinâmica do capitalismo se deslocou para o Oriente, e o Ocidente, especialmente os EUA, ainda não entendeu essa mudança fundamental", concluiu Wolff.

    A entrevista de Richard Wolff oferece uma análise profunda das complexidades econômicas globais atuais, destacando as falhas das sanções ocidentais contra a Rússia, o crescimento do BRICS e o declínio econômico dos Estados Unidos. À medida que o cenário global continua a evoluir, fica claro que as alianças e os blocos econômicos emergentes, como o BRICS, estão desempenhando um papel cada vez mais central, enquanto os EUA enfrentam desafios significativos para manter sua hegemonia global. Assista: 

     

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