Testa de ferro
A Venezuela corre risco de cair nas mãos do Tio Sam. Se Edmundo Urrutia vencer as eleições, as fundamentais parcerias geoestratégicas serão destruídas.
Qual seria a sua reação se há uma semana das eleições na Venezuela você encontrasse em alguma encruzilhada de sua cidade, aqui no Brasil, com Edmundo González Urritia, candidato à presidência daquele país? A resposta, suponho, seria nada. Talvez seria tecido um simples cumprimento, por educação, certo? Não importa a sua formação acadêmica ou profissional, o seu nível de desenvoltura em língua espanhola ou até mesmo o seu interesse em Relações Internacionais; não fique chateado e nem preocupado. Edmundo González Urrutia não é bem conhecido nem entre os venezuelanos. Agora, vamos falar um pouco sobre o histórico dessa personagem.
Para além de ter sido embaixador na Argélia e na Argentina, Urrutia, representante eleitoral da extrema direita venezuelana e, por conseguinte, dos interesses petrolíferos imperialistas dos Estados Unidos, contra Nicolás Maduro, concluiu a sua formação acadêmica em Washington, nos Estados Unidos. Esse foi um fato singular em sua vida para selar a sua afinidade política e ideológica. Acredita-se que a partir desse momento criou forte ligação com o Departamento de Estado estadunidense. Mais: há suspeitas de que facilitara a parceria entre a CIA, paramilitares extremistas, mercenários e assassinos que barbarizaram El Salvador nos anos 1980. Urrutia foi o principal assistente de Leopoldo Castilho, que era embaixador naquele país.
Na prática, a vitória de Edmundo González Urrutia, títere interno de Maria Corina Machado, sobre o Chavismo será um retrocesso para Venezuela no campo social e, em igual dimensão, no aspecto da geopolítica. Há duras penas Nicolás Maduro, herdeiro político de Hugo Cháves (1954-2013), conseguiu estabelecer relações com países como a Rússia, Belarus, China e o Irã, fato que permitiu a Venezuela sobrepujar as sanções econômicas promovidas pela Casa Branca. O obscuro Edmundo González Urrutia é contrário a tais parcerias e se vencer o pleito ele irá destruir essas alianças e permitirá aos EUA controlar o maior ativo econômico do país, o petróleo.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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