The Alto Knights: Máfia e Poder
O filme se concentra no drama humano e na profundidade psicológica dos personagens
Sinopse:
O filme acompanha a disputa pelo controle do submundo criminoso de Nova Iorque entre dois dos maiores mafiosos da cidade: Frank Costello e Vito Genovese, ambos interpretados por Robert De Niro. Amigos de infância vindos de famílias ítalo-americanas, eles se tornam rivais devido a diferenças de temperamento e visão sobre como administrar seus negócios. Enquanto Costello busca uma vida mais tranquila, apesar de seus esquemas fraudulentos, Genovese é um gângster de pavio curto que confia em poucos. A trama explora traições, ciúmes e desconfianças que transformam a máfia para sempre.
Resenha crítica:
“The Alto Knights: Máfia e Poder” é uma obra cinematográfica que se posiciona como um tributo sofisticado ao gênero de filmes sobre a máfia, mas vai além dos clichês de violência gratuita e do espetáculo visual óbvio. Dirigido por Barry Levinson e com um roteiro assinado pelo renomado Nicholas Pileggi, o filme se concentra no drama humano e na profundidade psicológica dos personagens, fazendo desta obra uma experiência única para os verdadeiros apreciadores de cinema.
Voltado para espectadores que valorizam os mínimos detalhes, o filme aposta em longos e complexos diálogos que exploram as nuances da rivalidade entre Frank Costello e Vito Genovese, ambos brilhantemente interpretados por Robert De Niro. Essa escolha narrativa, no entanto, exige atenção redobrada do público. Aqueles que buscam apenas entretenimento casual podem se sentir desorientados ou até desconectados, pois a obra desafia constantemente o espectador a se envolver intelectualmente com a trama.
A Violência como Contexto, não Protagonista: embora enraizado no mundo do crime, The Alto Knights surpreende ao tratar a violência como pano de fundo e não como o foco principal. Em vez disso, os conflitos se desenrolam nos jogos de poder, nas traições calculadas e nos momentos de introspecção pessoal, mostrando como a máfia é mais um palco para dilemas humanos universais. Este enfoque reforça a maturidade artística da obra.
O filme é um espetáculo à parte. Desde as ambientações meticulosamente recriadas até a paleta de cores que evoca o glamour e a decadência da "Bella Época" do pós-guerra, a produção consegue capturar o espírito da América em transformação. A estética parece dialogar diretamente com filmes recentes como “O Irlandês” e “Assassinos da Lua das Flores”, onde a construção da atmosfera histórica é tão relevante quanto a trama. O uso da iluminação e dos figurinos também é um elemento chave na imersão do espectador, transportando-o ao coração nova-iorquino da época.
Quanto ao elenco e atuações, poucas palavras poderiam fazer jus à performance de Robert De Niro neste filme. Interpretando dois papéis tão diferentes e, ainda assim, interligados, ele entrega uma atuação que não apenas atinge as expectativas, mas as supera. Frank Costello e Vito Genovese ganham vida como duas faces opostas de uma mesma moeda—um gênio do crime meticuloso versus um impulsivo mafioso de sangue quente. Este desempenho consolida ainda mais o status de De Niro como uma figura central no panteão hollywoodiano.
Para os amantes do cinema de máfia, “The Alto Knights: Máfia e Poder” é uma homenagem óbvia a clássicos como “O Poderoso Chefão”. Da atenção aos detalhes históricos à profundidade emocional da narrativa, o filme se posiciona como uma obra essencial do gênero, honrando os cânones enquanto adiciona sua própria assinatura estilística.
Em breve síntese, para os espectadores com uma percepção mais apurada e gosto elevado por obras densas e reflexivas, este filme é uma verdadeira obra-prima. Contudo, aqueles menos acostumados com narrativas introspectivas e de ritmo lento podem considerá-lo monótono ou até desnecessário. No entanto, para os que se aventurarem nas suas camadas mais profundas a obra revelará ser uma jornada memorável, reafirmando a capacidade do cinema em transcender o simples entretenimento.
Em última análise, esta é uma obra que exige atenção do espectador, mas recompensa com uma experiência rica, densa e gratificante. Sua estética refinada e narrativa emocional consolidam seu status como um marco contemporâneo no gênero de máfia e poder.
TÍTULO ORIGINAL: The Alto Knights | Ano de Produção 2025 | Estados Unidos
Direção: Barry Levinson
Roteiro: Nicholas Pileggi
Elenco: Robert De Niro (como Frank Costello e Vito Genovese), Debra Messing, Cosmo Jarvis, Kathrine Narducci, Belmont Cameli, Bethany Ashton Wolf, Michael Rispoli, Wallace Langham, Matt Servitto, Louis Mustillo, Carrie Lazar, James Ciccone, Bob Glouberman, Ed Amatrudo, Sydney Miles, Jeffrey Grover, Joe Bacino, Joseph Moreland, Gary Chinn, Abi Van Andel, Brian Scolaro, Noah Bain Garret, Bryant Carroll, Jean Claude Leuyer, Robert Arce, Jean Zarzour, Luke Stanton Eddy, Steven Terry Walker, Greg Siewny, Michael Adler, Ashton Wolf, J. Barrett Cooper, Wynn Reichert, Seve Espósito, D.J. Stroud, Rich Williams, Dennis Craig Hensley, Christine McBurney, Todd Covert, Mike Seely, Robert Gerding, Amadeo Fusca, Jennie Malone, Robert DiDonato, John Dinello, Bret Aaron Knower, James P. Harkins, Louie Lawless, Wilson Conkwright, Curtis Murphy, Anthony J. Gallo, Apollo Bacala, David Vegh, e Tony Scott Griffith
Produtoras: Winkler Films e Warner Bros. Pictures
Distribuidora: Warner Bros.
Duração: 123 min
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