Trump: Será que o blefe é a melhor carta de se tirar das mangas?
"Essa política de apostas para conseguir uma pule de dez, é arriscada. As movimentações de cada país com esse anúncio pode trazer prejuízo aos americanos"
Se entendi bem, o plano é o seguinte. O Governo Trump alardeia pelo mundo que vai taxar tarifas para o mundo inteiro. Sem exceções. Porém, Canadá e México já estão conversando com os Estados Unidos. O que é previsto, é que vai haver amenização para esses países, tendo algo em troca, que não tem a ver com guerra comercial. Ou seja, joga-se uma bravata, para chantagear a olhos vistos, o mundo inteiro. Essa política de apostas para conseguir uma pule de dez, é arriscada. As movimentações de cada país com esse anúncio pode trazer prejuízo aos americanos.
No caso do Brasil, que taxou em 25% do aço nacional, a resposta imediata foi o anúncio do governo pela reciprocidade, que é diferente de retaliação. Haverá no primeiro momento uma guerra fiscal, porém, pelo histórico de bravatas de Trump, demonstra que joga com suas fanfarrices e depois recua, tentando outras negociações. Vide, o terrorismo em relação a tomar a Groenlândia; tomar o Canal do Panamá, mudar o nome do Golfo do México e anexar o Canadá. No caso brasileiro, o foco poderia mudar para se vender para a China, grande parceiro comercial.
Apesar do alarde, falando que não precisa comprar o ferro brasileiro, sim eles precisam. A ideia de fortalecer a indústria americana faz sentido, porém a longo prazo. A autonomia é um motor importante para o crescimento da economia de um país. Pode-se visualizar a Rússia, que antes de entrar na Guerra contra a Ucrânia, já entendendo que seria de longo prazo, fortaleceu durante dez anos a economia interna para isso e agora, o avião Superjet SJ-100 é todo fabricado no país. Desde uma porca até os componentes mais complexos.
Porém, a centenária indústria de aço americana, que já foi a maior do mundo, foi vendida aos japoneses. O U Steel, através dos anos, foi declinando através das décadas. Hoje, o americano precisa do aço brasileiro. Um aporte financeiro do governo Trump, pode capilarizar essa indústria, mas pode levar no mínimo de dez anos para conseguir repor a força de produção. Mas não será um caminho fácil, pois a crise americana não se trata apenas de um racha político entre republicanos e democratas. A população de rua passa de 800 milhões de pessoas, algumas delas com empregos fixos.
O clima de incertezas, de ódio e crescimento do nazismo no país cria mais tensões. A comunidade negra em Ohio organizou milícias armadas para se defender de supremacistas brancos. Por aqui, para evitar uma queda de produção, ou haverá negociação ou haverá uma saída para um outro comprador tão importante quanto. O movimento da bolsa de valores, desde do fechamento na sexta, mostra a Csna3 e Vale3, estão em e Usim5, mais de 3,5% de alta. As respostas, ainda que cedo, estão mostrando que o confronto pode gerar um susto nos investimentos.
A crise do aço é na verdade, o capítulo seguinte à perseguição aos imigrantes ilegais latinos e canadenses. O foco está nesses dois países e o Brasil entrou de bucha na história. Se prestar atenção, a inflação americana está em 2,9%. Quando acontece uma medida inflacionária, eles adotam um aumento das taxas de juros, tirando dinheiro das economias emergentes como do Brasil, para que investidores sejam atraídos para eles. Ou seja, enfraquece o Brasil para enriquecer a eles, aumentando o valor do dólar.
Se entendi bem, o plano é falar gabarolice, assustar o mundo, chantagear e ganhar com o medo das pessoas.
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