Trump, um gângster na Casa Branca
Sem o véu da hipocrisia, a realidade da política externa dos EUA se impõe de forma crua
Não há nada mais emblemático na cultura política dos grandes centros imperiais que o mantra "pilhar, matar e destruir para dominar". Essa máxima não faz distinção entre partidos no caso americano: atravessa, com igual voracidade, administrações democratas e republicanas.
Nos últimos quatro anos, os democratas despejaram bilhões de dólares em uma guerra perdida desde o início na Ucrânia, enviando centenas de milhares de jovens ucranianos ao implacável moedor de carne russo, enquanto alimentavam a ilusão de uma vitória impossível.
Paralelamente, o governo Biden endossou sem reservas o genocídio palestino, concedendo a Israel um cheque em branco para bombardear civis, exterminando crianças e mulheres sem qualquer restrição ou condenação significativa.
Já os republicanos, sob a liderança de Donald Trump, adotam um tom mais direto e menos dissimulado. Trump não se esconde atrás de retóricas: declarou abertamente seu desejo de ocupar Gaza e transformá-la em um resort, ameaçou a União Europeia com tarifas caso não aumentem as compras de gás natural liquefeito (LNG) americano e chegou a cogitar invadir o Panamá para forçar o país a se distanciar da China.
Enquanto os democratas tentaram envolver sua política externa em uma aura de "valores", os republicanos trumpistas agora abraçam abertamente a lógica do gangsterismo global.
A queda das máscaras tem, ao menos, um mérito: expõe, de forma irrefutável, os verdadeiros interesses por trás das ações dos EUA. A retórica sobre a defesa dos "valores" é uma falácia convincente para justificar agressões e saques. Ainda assim, há quem continue a se dobrar diante do império, seja por ingenuidade, seja por coerção.
Um dos exemplos mais gritantes dessa farsa foi o papel da USAID, agência que, sob o pretexto de promover o desenvolvimento, especializou-se em fomentar golpes e desestabilizar governos que ousassem contrariar os interesses norte-americanos.
Afinal, por que os EUA apoiariam a sociedade civil mundo afora? Com quais interesses reais?
Sem o véu da hipocrisia, a realidade se impõe de forma crua: os EUA não são uma nação movida por ideais nobres. O sangue de suas guerras escorre pelas periferias do mundo, deixando um rastro de destruição em cada intervenção militar, cada golpe orquestrado, cada país pilhado até a exaustão.
O mantra imperial permanece intacto: pilhar, matar, destruir. A única diferença é que, agora, o jogo está às claras. Sem disfarces, sem pretextos, sem ilusões. Aceitar essa dominação, sem o antigo disfarce da retórica, não é mais ingenuidade, e sim o resultado direto de ameaças e coerção.
E, diante disso, resta apenas uma opção às nações que não querem ser subjugadas: fortalecer-se em união para sobreviver em um mundo onde o império age sem máscaras.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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