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    Antônio Carlos de Almeida Castro

    Advogado criminalista

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    Um singelo reconhecimento ao Ministro Salomão do CNJ

    "O Ministro Salomão serviu ao Estado democrático de direito ao ser fiel aos princípios republicanos", escreve Kakay

    Sergio Moro e Luís Felipe Salomão (Foto: ABR)
    “Até cortar nossos próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.”
    Clarice Lispector 

    Nós, advogados, somos forjados na luta e na contestação. O Juiz, em regra, está em um patamar que nos cabe questionar. Impugnar. Enfrentar. Quando tratamos com juízes desonestos, material e intelectualmente, como no caso do juiz Sérgio Moro e de seus procuradores adestrados da Operação Lava Jato, as dificuldades são muito ampliadas. Penso que é um dever de Justiça registrar a importância da atuação do Ministro Luís Felipe Salomão, enquanto Corregedor do Conselho Nacional de Justiça. Sério. Corajoso. Independente. Enfrentando, como seria natural, divergências internas no próprio Conselho. O Judiciário vive encastelado. A regra é se proteger. Moro e seus companheiros da 13ª Vara só foram audaciosos, até chegarem à tipificação penal, por terem o Tribunal Regional da 4ª Região a cumprir um papel não republicano.

    O Ministro Salomão serviu ao Estado democrático de direito ao ser fiel aos princípios republicanos. Simples assim. Mas, na verdade, nada é simples. Requer uma independência que cabe a advocacia registrar. Não falo, e nem poderia, em nome de nenhum grupo. Sou só advogado, mas dediquei meus últimos anos ao enfrentamento da instrumentalização realizada pela República de Curitiba, a qual humilhou o Judiciário e o Ministério Público. Pode não valer de nada, mas fica o meu registro de admiração pela coragem do enfrentamento. E os que se serviram e servem dos malfeitos do Judiciário não se regozijem da saída do Ministro Salomão. O Ministro Mauro Campbell, que assume a Corregedoria, tem a mesma honestidade e os mesmos caráter, independência, coragem e disposição.

    Um brinde a um novo Poder Judiciário. Com a mensagem poderosa da poeta Cecilia Meireles: "Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira.”

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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