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    Adilson Roberto Gonçalves

    Pesquisador científico em Campinas-SP

    210 artigos

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    Uma pequena maioria não é fascista

    O DataFolha mostra uma linha tênue que separa a civilização da barbárie.

    Golpistas invadem a praça dos Três Poderes (Foto: Joedson Alves/Agencia Brasil)

    Sim, foi simbólico prender o primeiro general quatro estrelas, criminoso, no dia do aniversário da ex-presidente e ex-guerrilheira, torturada pela ditadura, Dilma Rousseff. Também espera-se que todos os ritos legais da democracia e do bom direito tenham sido seguidos, mas certo é que o Brasil precisa acertar de vez as contas com seu passado. Fato é que, se os golpistas não forem exemplarmente julgados e condenados, em breve outro golpe será engendrado, pois é essa a natureza dos militares brasileiros, pelo que se conclui. E os que aplaudem fascistas, golpistas e criminosos semelhantes continuam a fazê-lo nas ruas, nas tribunas e nos púlpitos.

    A ameça de golpe esteve sempre presente e a extrema direita soube usar as fogueiras de junho de 2013 como indutor que culminou na deposição de Dilma Rousseff em 2016, na eleição forjada na mentira de Jair Bolsonaro em 2018, e na tentativa de golpe em 2022. Há muita razão ao se clamar não apenas por uma devida punição aos golpistas, mas por uma necessária revisão da lei da anistia de 1979 e na reformulação de cabo a rabo das Forças Armadas e de suas escolas de formação, já que a ameaça de golpe não foi debelada. O momento é este, mas com um congresso nacional dos mais retrógrados, o desafio democrático é enorme. Brincando com as palavras, o golpe vem a galope. O DataFolha mostra uma linha tênue que separa a civilização da barbárie. Ainda que uma maioria diga que a democracia é melhor que a ditadura e que Jair Bolsonaro tentou um golpe, não somos a totalidade nem estamos próximos disso. Há os que defendem um governo fascista e endossam a tentativa de golpe e anistia aos criminosos do 8 de Janeiro. Isso se reflete diretamente nas péssimas escolhas para o parlamento e por isso o governo federal ficou refém do Congresso Nacional na execução do orçamento. Não temos como cruzar os dados, mas conclui-se que são os mesmos que respondem pelo retrocesso a uma e outra pergunta. Que sobrevivamos mais um ano sob essas terríveis condições!

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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