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    Daniel Quoist

    Daniel Quoist, 55, é mestre em jornalismo e ativista dos direitos humanos

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    Vaza logo, Glenn, vaza mais! O Brasil anseia por isso! Revela todos os conluios, Glenn!

    O Brasil está em seu momento mais perigoso (Foto: Lia de Paula)

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    Uma coisa é certa: Glenn Greenwald do The Intercept necessita — e urgentemente —acelerar a divulgação dos vazamentos de mensagens, vídeos, áudios e diálogos colhidos no âmbito da operação lava jato. Disso depende o efeito salutar de sua atual investigação jornalística. De seu trabalho dependem o correto funcionamento do nosso Poder Judiciário e a purificação dos usos e costumes da vida política brasileira.  

    Acelerar as revelações do MoroGate se impõe dramaticamente por vivermos em um país profundamente atolado em injustiças e extremamente anormal em termos de vivência de um salutar “estado democrático de direito”.

    Isto porque no Brasil a prática de Fake News continua sendo usual, e o ‘disparo’ delas é já praticamente oficializado, naturalizado, normalizado. Não demora e em breve teremos alguma Lei regulamentando o uso, a periodicidade, a amplitude, o financiamento e os métodos das Fake News.

    O STF neste tema só mostra algum sinal vida, e mesmo assim de forma quase imperceptível, quando seu presidente (Dias Toffoli) denúncia ser uma vítima das Fake News. Fora isso, atua com despudor para impedir que se faça justiça com a principal vítima da agora conhecida ORCRIM (organização criminosa) que é a antes incensada Lava Jato, um asqueroso conluio urdido entre o MPF-PR, à frente o procurador federal Deltan Dellagnol, e a 13a. Vara de Curitiba, à frente o ex-juíz Sérgio Moro. Vergonhoso é pouco para adjetivar o papel do STF. Mas não é de hoje. Há muito o STF mostra-se ideológico, partidário, atabalhoado, é parte quando devia ser imparcial, e seus ministros são quase todos pessoas voluntariosas, arrogastes, prepotentes. O corpo de membros do STF não tem liga, não mostra coesão na defesa da Constituição e nem denota ter o antes saudável sentimento que se tinha por pertencer à Suprema Corte.

    No Brasil é patente o conluio entre os meios de comunicação tradicionais. Essa é a regra. O corporativismo midiático impera, pontifica, leva sempre a melhor para eles e a pior para a Nação. A TV Globo ainda pauta parte da opinião pública e esta, como se sabe, sempre atua do lado dos interesses mais mesquinhos e que atentem efetivamente contra os interesses da brasilidade, da nacionalidade. É a sina, o labirinto dos Marinho. E somos reféns da narrativa alienante e muito parcial da emissora carioca. Sempre com seus dois pesos, com suas duas medidas. Nos vazamentos criminosamente autorizados pelo Sergio Moro em 2016 e que grampearam a própria presidente da República falando com o ex-presidente Lula da Silva, a emissora tratou de lhe dar e até ampliar a cobertura, relativizou ao máximo o que não passava de crime praticado pelo juiz com o intuito de fraudar o mandato popular conquistado por uma presidenta honesta, Dilma Rousseff, do PT. E essa trava toda veio desembocar em seu Impeachment fraudulento, inaugurando assim o circo de horrores da dupla Michel Temer/Jair Bolsonaro. Agora, passados apenas 4 anos, vemos espantados a mesma TV Globo se insurgir em seus tejejornais contra os vazamentos que estarrecem a Nação ao dar conta das práticas criminosas dos protagonistas da Lava Jato de Curitiba. Antes, valia o conteúdo dos vazamentos, mas agora, vale mesmo é caçar os que  vazaram os vazamentos. E esconder dos olhos do populacho seus malfeitos. É muito descaramento, muito jornalismo cínico e torpe. E assim não saberemos o tanto que eles delinquiram nos últimos 4 ou 5 anos de existência desse ‘lavajatismo’ acanalhado.

    No Brasil, o Ministério da Justiça é gerido por Sérgio Moro, o principal autor de práticas espúrias e criminosas na operacionalização da Justiça. E sob seu comando, a Polícia Federal. A mesma PF que deve investiga-lo, e que deve dar proteção do Estado é zelar pela integridade física dos valentes jornalistas do site The Intercept, à frente Glenn Greenwald, laureado com o Pulitzer, nada menos que o principal prêmio do jornalismo mundial.

    Observam-se neste momento em que concluo este texto (18/6, 13h30m), tramas “tenebrosas” sendo urdidas à luz do dia. E  com o evidente intuito de criminalizar o excelente trabalho jornalístico feito pelo The Intercept. A ordem é blindar, proteger, salvar a já purulenta e moribunda operação Lava Jato personificada nas agora patéticas e venais figuras de Sérgio Moro e Deltan Dellagnol. A GLOBO abafa o quanto pode o essencial do imbróglio que é, obviamente, o conteúdo revelado e trata execrar ao máximo os vazadores, sempre de maneira pejorativa, como se o fato de a sociedade conhecer a acintosa podridão que é a Lava Jato constituísse, por si só, crime de lesa-pátria!

    E é disso que se trata. Glenn Greenwald precisa divulgar muito mais — e bem mais rapidamente — diálogos, mensagens, de irrefreáveis áudios (de voz, parece pleonasmo, mas nesse caso não o é) e vídeos. Isso para manter aceso o interesse público nas revelações e também não sujeitarmos a narrativa correta a uma outra  narrativa criminosa destinada a blindar meliantes e delinquentes encastelados no coração da República Picareta de Curitiba.

    Vaza, Glenn, vaza mais! Porque o Brasil anseia por isso! Expõe todos os conluios, Glenn!

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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