Violência policial de Tarcísio abre caminho para fascismo

Num momento em que grandes lideranças políticas do país dão sinal de envelhecimento, gerando ameaças e dúvidas diante da eleição presidencial de 2026, a dupla Tarcísio-Derrite comanda São Paulo com sucessivas demonstrações de violência e ferocidade contra a população preta e pobre do Estado que abriga a maior fatia da riqueza econômica e da influência política do país.

Num desempenho mortífero com poucos equivalentes na história brasileira, em seu primeiro ano à frente do governo o número de vítimas da violência da PM paulista chegou a 355 mortes -- uma vergonha e um escândalo, sob qualquer ponto de vista. O ano seguinte foi ainda mais grave e doloroso.

Chegou a 702 mortes, um crescimento de 98%. Este número reflete, acima de tudo, o emprego da violência como um recurso que nada tem a ver com a defesa da segurança da população. Não passa de uma conhecida via criminosa no receituário de propaganda fascista -- programada para atemorizar a população e enfraquecer resistência política, abrindo caminho para formas mais escancaradas de um regime com poderes absolutos.

Nesta lógica, que ultrapassa os limites dos sistemas políticos que podem ser considerados civilizados, para ganhar terreno em estados enfraquecidos e democracias em decomposição, o medo se torna um fator decisivo de conquista e manutenção de poder. Por essa visão, que reúne a covardia de governantes e o sentimento de desamparo de governados, as pesquisas do Brasil mostram um quadro significativo -- enquanto 46% confiam na polícia do governo paulista, 51% a temem. Não é difícil imaginar o país que se pretende criar com isso.

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