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Jandira Feghali

Médica, deputada federal (PCdoB-RJ) e defensora da democracia.

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Vote consciente e defenda a democracia

"Cidades que já possuem governantes do bolsonarismo e suas mutações sentem na pele os efeitos do descompromisso", afirma Jandira Feghali

Urna eletrônica (Foto: Antonio Augusto/Ascom/TSE)

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Neste domingo, haverá segundo turno das eleições municipais em 51 municípios. Mais uma oportunidade para brasileiras e brasileiros exercerem seu poder de voto e defenderem suas cidades do avanço pernicioso da extrema direita. O que está em jogo é o destino desses territórios pelos próximos quatro anos: em disputa com o campo progressista, há um grupo de indivíduos que nada tem a ver com as ideias de democracia, justiça social e meio ambiente. Por isso, cada voto será tão precioso. 

Dos municípios com eleições em aberto, 15 são capitais. Em muitas delas, o confronto entre progressistas e extremistas é direto. A começar por São Paulo, maior metrópole da América Latina, em que um aliado envergonhado de Jair Bolsonaro segue à frente de Guilherme Boulos nas pesquisas, mesmo com  denúncias de corrupção e exemplos diários de péssima administração. Cada chuva que cai, porém, tem lavado a maquiagem de bom gestor e exposto exemplarmente toda sua incompetência e desonestidade.

Em outras capitais e grandes cidades, a disputa com os extremistas também é ferrenha. Em Cuiabá, o petista Lúdio Cabral tem como adversário um deputado bolsonarista que até hoje nega a existência da tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023, e tem se caracterizado por provocações desqualificadas no parlamento brasileiro, instituição pela qual não tem nenhum respeito. Em  Fortaleza, pesquisas apontam empate técnico entre outro petista, Evandro Leitão, e um deputado federal conhecido por ser um dos incitadores do golpismo, além de renomado misógino e propagador de fake news. 

Em Porto Alegre, a escolha será entre a deputada do PT Maria do Rosário e o grande (ir)responsável pelas trágicas consequências das enchentes na capital gaúcha no início do ano. Já a petista Natalia Bonavides, em Natal, encara um oligarca privatista e clientelista, inclusive com ameaças de morte! Em Belo Horizonte, Fuad Noman, do PSD, segue à frente de mais um reacionário conhecido pela fidelidade absoluta a Jair Bolsonaro. Mesmo caso do adversário do pedetista Rodrigo Neves em Niterói. Repetem a mesma ladainha preconceituosa de seu “mentor” golpista, com promessas descabidas contra “ideologia de gênero”, “identitarismo” e outros espantalhos que causam pânico moral enquanto evocam soluções emprestadas de fórmulas “mágicas”, como a Teologia da Prosperidade neopetencostal ou conversa de coach picareta. Esta é basicamente a mesma pauta de todos os candidatos da extrema direita. Nem imaginação eles têm.

Nos debates e discussões eleitorais pela conquista das prefeituras, a extrema direita tem deixado bem claro seu total descompromisso com a vida real. Não interessa a eles resolver as questões municipais que interessam às pessoas. Não querem saber da qualidade das escolas, hospitais e postos de saúde. Nem da iluminação e do ordenamento dos bairros, da coleta de lixo, do transporte público ou do acolhimento à população em situação de rua. Não interessa a nenhum candidato extremista debater o desenvolvimento, a arte e cultura, emprego, o uso da ciência para soluções às demandas e necessidades das cidades e outras oportunidades de equidade social. Muito menos pensar em soluções para mitigar e combater a emergência climática, que tem atingido as populações urbanas e rurais em cheio, causando prejuízos e muito sofrimento.  

Ao contrário. As pautas da extrema direita apoiam o que há de mais perigoso e ameaçador à nossa democracia e direitos do nosso povo. Boa parte deles incitou, apoiou e participou da tentativa de golpe em janeiro de 2023. Agora, tentam interpretar versões mais “moderadas” (com muitas aspas) de suas personas públicas. Eles contam com os algoritmos das big techs (algumas delas, a essa altura, já abertamente abraçadas ao fascismo) para espalhar suas mentiras e discursos de ódio e, em geral, recebem tratamento ameno da grande imprensa, como se fossem, de fato, moderados. 

Mas que ninguém se engane: continuam todos atrelados à antipolítica e ao radicalismo preconceituoso e xenófobo que caracterizam os extremismos. Não possuem nenhum compromisso com as cidades e suas populações. Nem com a democracia. Referendar a extrema direita em nossos municípios é se colocar à beira do precipício. Cidades que já possuem governantes do bolsonarismo e suas mutações, como São Paulo e Porto Alegre, sentem na pele os efeitos desse descompromisso. Só o poder do voto é capaz de mudar isso. Não será fácil em nenhum lugar. Mas a vontade do povo ainda é capaz de alterar os destinos.

Neste domingo, exerça o seu direito. Vote consciente. Defenda a democracia, a qualidade de vida e a paz!

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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