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    Leleco Pimentel

    Deputado estadual pelo primeiro mandato, historiador, cientista político e educador popular. É vice-presidente da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia de Minas Gerais e vice-presidente da Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio Doce

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    Zema: Robin Hood às avessas

    O governador tira dos pobres para dar aos amigos ricos. Foi só ele assumir e vimos que o seu objetivo era único: favorecer os empresários

    Romeu Zema. Foto: Divulgação

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    Era uma vez um moço com sotaque carregado, mineiro nato, empreendedor. Vendia que subiu na vida graças ao seu esforço. Apresentava o Novo como saída para resolver os problemas de Minas Gerais. Ninguém dava bola para ele, mas foi num plano de oportunismo que a sua sorte mudou. Ele fez arminha e decolou. Agora era governador de Minas Gerais. Seria Deus acima de todos e Minas acima de tudo. 

    A Minas Gerais de Zema ficou só num conto de fadas. Podemos sim fazer alusão a sua real face: é o Robin Hood dos ricos. Ele tira dos pobres para dar aos amigos ricos. Foi só ele assumir e vimos que o seu objetivo era único: favorecer os empresários e amigos, vender todas as estatais e quebrar ainda mais o estado.

    Mas como um empreendedor não conseguiria gerir bem o estado? Nesse caso devemos mudar o termo para esclarecer, ele não era empreendedor e sim herdeiro. Favoreceu do poder e das vantagens da sua família para perpetuar na riqueza. E assim faria com Minas Gerais. 

    Ele justificou que precisava aumentar o imposto da população para combater a pobreza após dar isenção de R$1,2 bilhão ao seu doador de campanha. E a cervejinha, o seu celular e os produtos de beleza ele também aumentou os impostos após conceder 300% de aumento do seu próprio salário. Chega em 2024 e ele anuncia que não teria nenhum recurso extra para o Fundo de Erradicação da Pobreza.

    No seu primeiro mandato focou todos os seus esforços em garantir que os professores do estado não recebessem aumento que estava previsto na lei. Não era nenhum mérito pagar o que eles pediam, era obrigação por lei. Sempre justificava que não tinha dinheiro para pagar. O estado ia quebrar.
     

    Passamos ao segundo mandato e logo no início ele mostrou a sua verdadeira face. Logo no início, deu isenção fiscal para as locadoras de carros, do seu amigo e conselheiro de campanha, Salim Mattar. O estado continuava não tendo dinheiro, mas para os amigos dava jeito. Achou que estava ruim? Calma que é só o início. 

    Na campanha de 2018, Zema assinou em cartório que não receberia salário. Que bonita atitude. Ele não queria desperdiçar dinheiro público. Em 2023, ele assina um decreto aumentando o seu próprio salário. Mas o estado não ia quebrar?

    Passamos para o principal ponto de problema de Minas Gerais: a dívida. Zema era o gestor que ia acabar com a dívida de Minas. O verbo no passado retrata bem a realidade. Ele não pagou nada, não resolveu o problema e aumentou a dívida. De acordo com a Secretaria de Estado da Fazenda, a dívida, que em janeiro de 2019 era de R$114 bilhões, está em R$165,7 bilhões, sendo R$156,57 bilhões com a União.

    A única proposta do herdeiro é o chamado Regime de Recuperação Fiscal. Basicamente, ele adiaria o pagamento da dívida por mais cinco anos e cortaria recursos públicos em educação, saúde, cultura, congelaria salários de funcionários públicos e muitas outras ações para no fim aumentar ainda mais a dívida. A sua solução era o povo pagar o pato e não resolver nada. 

    Foi após muita luta que derrotamos essa proposta absurda. Mesmo assim, em um decreto autoritário e antidemocrático, Zema quer limitar as despesas do Estado em áreas prioritárias como saúde, educação, segurança, infraestrutura e programas sociais. Ele quer implementar o teto de gastos sem autorização da Assembleia de Minas Gerais. Aquele personagem simpático vem mostrando a sua face cada vez mais ditatorial e déspota. Aguardamos os próximos episódios. Não vamos desistir de Minas Gerais e do nosso povo. Não queremos conto de fadas, muito menos falsos profetas. Queremos quem vai fazer pelo povo e governar para o povo.

    * Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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