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    Brasil e China anunciam produção de satélite para monitorar eventos climáticos extremos

    O satélite CBERS-5 será capaz de produzir dados meteorológicos como a identificação de ciclones e fortes chuvas com ainda mais precisão, rapidez e eficiência

    Brasil e China; bandeiras (Foto: Agência Brasil)

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    247 - Em um importante marco para a cooperação internacional, os governos do Brasil e da China assinaram nesta quinta-feira (6) uma Declaração Conjunta de Intenções para o desenvolvimento do CBERS-5, um satélite meteorológico geoestacionário. Este satélite se diferenciará de seus antecessores por ser projetado para observação contínua de uma região específica — no caso, o Brasil — facilitando a previsão do tempo e o monitoramento de eventos climáticos extremos, como secas, tempestades e enchentes.

    A assinatura do documento ocorreu durante a VII Sessão Plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN), em Pequim. Estiveram presentes na cerimônia o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin; o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Inácio Arruda, representando a ministra Luciana Santos; e o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Clezio De Nardin. Representantes da Administração Espacial Nacional da China (CNSA) também participaram do evento.

    Cooperação internacional para avanços tecnológicos

    O CBERS-5 é o mais recente desenvolvimento da longa e frutífera parceria entre Brasil e China no campo espacial. Desde o lançamento do primeiro satélite da série CBERS em 1999, os dois países têm colaborado em diversas missões de sucesso, como os CBERS-1, CBERS-2, CBERS-2B, CBERS-4, CBERS-4A, além do CBERS-6, que ainda está em fase de demonstração. Este novo projeto, focado em observações meteorológicas, marca uma nova fase dessa cooperação, prometendo avanços significativos para ambos os países.

    “A assinatura desta Declaração Conjunta entre Brasil e China não apenas aprofunda a parceria bilateral, mas também traz benefícios sociais concretos às nossas populações em áreas como saúde, energias renováveis, planejamento urbano e agricultura, além de grande impulso à previsão numérica do tempo e a previsão de curtíssimo prazo para eventos atmosféricos iminentes, incluindo os eventos extremos”, destacou o secretário Inácio Arruda.

    Benefícios do CBERS-5 para o Brasil

    A ministra Luciana Santos, em um comunicado, ressaltou a importância estratégica do CBERS-5 para o Brasil. “Com o CBERS-5, o Brasil entrará num seleto grupo de países que produzem satélites geoestacionários, o que demonstra o compromisso do governo do presidente Lula com tecnologias avançadas que trarão maior autonomia e soberania ao país”, afirmou a ministra. Ela enfatizou a relevância de o Brasil ter acesso a seus próprios dados meteorológicos, especialmente no contexto de mudanças climáticas e aumento da frequência de desastres naturais extremos.

    “Teremos dados meteorológicos em tempo real, nos dando maior capacidade de prevenir, monitorar e reduzir os impactos de enchentes e deslizamentos que tiram vidas e destroem cidades inteiras”, complementou Santos, citando os recentes desastres no Rio Grande do Sul como um exemplo da necessidade urgente de tais capacidades.

    Próximos passos

    A Declaração Conjunta de Intenções agora abre caminho para discussões detalhadas sobre os aspectos técnicos do desenvolvimento do CBERS-5. Espera-se que até novembro seja definido qual país será responsável por cada componente do satélite. Segundo o diretor do INPE, Clezio De Nardin, o CBERS-5 não apenas fortalecerá a capacidade meteorológica do Brasil, mas também poderá beneficiar outros países da América Latina e Caribe, que terão acesso aos dados gerados.

    “Nossa ideia é compartilhar os dados meteorológicos que vamos gerar com os parceiros chineses e todos os demais países interessados, com atenção especial à América Latina e ao Caribe. Podemos capitanear, a partir do nosso novo satélite, um centro latino-americano de previsões climáticas”, concluiu De Nardin.

    A VII Sessão Plenária da COSBAN, que coordenou a assinatura da Declaração, continua sendo um fórum crucial para a cooperação entre Brasil e China, abrangendo áreas como ciência, tecnologia, indústria e comunicações. Sob a liderança dos vice-presidentes Geraldo Alckmin e Han Zheng, a COSBAN reflete o compromisso de ambos os países em avançar juntos no desenvolvimento tecnológico e em enfrentar desafios globais.

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