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      Estudo aponta reúso de efluentes como solução sustentável para indústrias em Alagoas

      Levantamento da CNI e FIEA mapeia estações de tratamento e destaca potencial de abastecimento industrial com água reutilizada no estado

      (Foto: Divulgação/CNI )
      Aquiles Lins avatar
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      247 - O reúso de efluentes tratados como alternativa sustentável para o abastecimento industrial em Alagoas será detalhado em um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA) e o governo estadual. O levantamento, que será divulgado nesta segunda-feira (17), aponta caminhos para ampliar o uso de água tratada pelas indústrias e reduzir a pressão sobre os mananciais hídricos.

      Atualmente, Alagoas trata apenas 14,8% do esgoto gerado, um índice que reforça os desafios na gestão dos recursos hídricos e a necessidade de soluções sustentáveis. O estudo Reúso de Efluentes para Abastecimento Industrial: Avaliação da Oferta e da Demanda no Estado de Alagoas identificou 116 Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) que podem ser conectadas a indústrias próximas, promovendo a economia circular e diminuindo a captação direta de água bruta.

      Os resultados do levantamento serão apresentados em um evento no Palácio República dos Palmares, com a presença do ministro dos Transportes, Renan Filho, do presidente da CNI, Ricardo Alban, e do presidente da FIEA, José Carlos Lyra de Andrade, além de empresários e representantes de órgãos ambientais e concessionárias de saneamento.

      Reúso pode garantir maior segurança hídrica para a indústria

      Entre os locais com maior potencial para adoção do reúso de efluentes, o estudo destaca o Polo Industrial José Aprígio Vilela, em Marechal Deodoro, e a ETE Teotônio Vilela. A implementação dessas soluções pode reduzir custos operacionais, diminuir impactos ambientais e fortalecer a resiliência hídrica das indústrias do estado.

      O levantamento também analisou o cenário hídrico em Alagoas e constatou que 42 dos 102 municípios estão no semiárido, uma região que enfrenta problemas recorrentes de seca e concentra 30% da população estadual. Embora o déficit hídrico seja mais crítico no semiárido, outras áreas do estado também demandam medidas eficazes para garantir o abastecimento sustentável.

      "A escassez de água é uma realidade em diversas regiões do país, e a indústria precisa ser protagonista na busca por alternativas sustentáveis. O reúso de efluentes não só é viável, como pode transformar a maneira como os recursos hídricos são gerenciados em Alagoas, fortalecendo o desenvolvimento econômico e a resiliência hídrica do estado”, afirma Ricardo Alban, presidente da CNI.

      Parceria para atualizar dados em tempo real

      Além da apresentação do estudo, será firmado um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre a CNI, a FIEA e o governo de Alagoas. O objetivo é compartilhar informações para atualizar constantemente os dados utilizados na pesquisa, permitindo que as decisões sobre gestão hídrica sejam tomadas com base em um mapeamento dinâmico e preciso.

      O estudo utilizou duas metodologias principais para mapear a viabilidade do reúso de efluentes:

      • Análise ETE-Usuário: avalia a proximidade entre Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) e indústrias potenciais consumidoras de água reutilizada, considerando a demanda industrial e a oferta disponível.
      • Índice de Aptidão de Reúso (IAR): mensura o potencial das regiões para adoção do reúso, levando em conta critérios como volume de efluentes gerados, equilíbrio hídrico e necessidade industrial.

      Os dados mostram que a adoção da água de reúso pode aliviar significativamente a pressão sobre os mananciais, além de impulsionar um modelo produtivo mais sustentável. "O reúso de efluentes representa uma oportunidade concreta para a indústria adotar um modelo produtivo mais sustentável. Este estudo nos mostra que Alagoas tem condições de implementar soluções inovadoras que garantam segurança hídrica e competitividade para o setor produtivo”, destaca José Carlos Lyra de Andrade, presidente da FIEA.

      Fomento à segurança hídrica no país

      A pesquisa faz parte de uma série de iniciativas da CNI voltadas à segurança hídrica da indústria brasileira. O modelo já foi aplicado em outros estados como Rio Grande do Norte, Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

      Em Alagoas, o levantamento contou com a colaboração da FIEA, da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do estado e das concessionárias locais de saneamento (Casal, Águas do Sertão, BRK, Sanama e Verde Alagoas). A expectativa é que os dados auxiliem na formulação de políticas públicas e incentivem a adoção de práticas mais sustentáveis pela indústria.

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