Filhote de harpia simboliza retomada da reprodução da espécie no Refúgio Biológico Bela Vista
Após quase quatro anos sem nascimentos, ninhos reformados e novos ovos em incubação trazem esperança para a conservação da ave
247 - O Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), da Itaipu Binacional, celebra o nascimento do 57º filhote de harpia em suas instalações, marcando a retomada da reprodução da espécie após quase quatro anos sem novos registros. O filhote, que completou uma semana de vida nesta terça-feira (01), é visto como um símbolo de esperança para a conservação da harpia, animal criticamente ameaçado nas Américas. Além dele, outros cinco ovos estão em processo de incubação e devem eclodir entre abril e maio, segundo informações da equipe do refúgio.
O segredo para o sucesso reprodutivo veio de uma simples, mas eficaz, mudança: a ampliação dos ninhos. Inspirados por visitas a centros de reprodução de águias na Espanha, os técnicos da Itaipu perceberam que os espaços originais eram pequenos para as harpias. Com a reforma, as aves se sentiram mais confortáveis e realizaram a postura. "A reprodução em cativeiro é um dos indicativos que atestam a boa saúde dos animais", afirma Marcos Oliveira, biólogo responsável pelo programa.
O recém-nascido é o primeiro filhote de um casal que está junto há cerca de dez anos. Sob cuidados humanos, em um ambiente com temperatura e umidade controlados, o pequeno harpia recebe alimentação quatro vezes ao dia e já praticamente dobrou de peso em uma semana, chegando a 170 gramas. "Hoje pouquíssimas instituições dominam a técnica de procriação desta ave de rapina", destaca Oliveira. "Ficamos felizes com este feito porque nosso intuito é que, nos próximos anos, em parceria com outras instituições, possamos reintroduzir indivíduos na natureza, contribuindo com o revigoramento genético da espécie".
A harpia (Harpia harpyja) enfrenta sérios riscos de extinção na América do Sul e Central, principalmente devido ao desmatamento e à caça. "A harpia não vive sem a floresta, ela precisa da floresta preservada para viver, das grandes árvores para fazer seus ninhos", explica o biólogo. Com uma taxa reprodutiva lenta — aproximadamente dois filhotes a cada cinco anos —, a espécie tem dificuldade para se recuperar naturalmente. Por isso, iniciativas como a do RBV são fundamentais para garantir seu futuro.
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