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    Fundo dos EUA mira startups de impacto brasileiras e capta US$ 150 milhões

    O EcoEnterprises foca em apoiar startups em estágio de crescimento que integrem em seu modelo de negócio um impacto positivo na natureza e na biodiversidade

    (Foto: GOVMS)

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    247 - O EcoEnterprises, um fundo de impacto especializado em investimentos na América Latina, está se preparando para lançar seu quarto veículo de venture capital com uma meta ambiciosa: levantar US$ 150 milhões (cerca de R$ 750 milhões) até a COP16 da Biodiversidade, que ocorrerá na Colômbia em outubro, segundo o Reset.

    Criado como um spin-off da ONG The Nature Conservancy, o EcoEnterprises tem um histórico de 25 anos e já investiu mais de US$ 160 milhões em quase 50 empresas, com 20% desses aportes destinados ao Brasil. O investimento mais recente no país foi na Smartbreeder, uma empresa de software preditivo para controle de pragas.

    "Estamos observando um aumento significativo de startups nas áreas de clima e agro no Brasil, o que nos oferece oportunidades entusiasmantes," afirma Tammy Newmark, CEO e sócia do EcoEnterprises. "Com o lançamento do nosso quarto fundo, esperamos ver um número crescente de negócios brasileiros em nosso portfólio."

    O fundo foca em apoiar startups em estágio de crescimento que integrem em seu modelo de negócio um impacto positivo na natureza e na biodiversidade. Além da Smartbreeder, a lista de investimentos inclui produtores orgânicos de cacau e camarão, empresas envolvidas em sistemas agroflorestais e gestão de resíduos.

    No ano passado, o EcoEnterprises investiu US$ 4 milhões na mineira Nuu Alimentos, que utiliza práticas regenerativas na plantação de mandioca. A Sambazon, empresa californiana que vende produtos de açaí com operações na Amazônia, também faz parte do portfólio do fundo.

    "Para o nosso próximo fundo, provavelmente teremos um foco maior no Brasil do que em qualquer outro país," destaca John McKenna, diretor administrativo do EcoEnterprises. A escolha pela América Latina se justifica pela presença de cinco dos países com maior biodiversidade do mundo: Brasil, Peru, México, Colômbia e Equador.

    A maioria dos investidores do EcoEnterprises são bancos de desenvolvimento, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o FinDev, do Canadá, e o Banco Europeu de Desenvolvimento. Além deles, investidores-anjo, family offices e outras organizações também já contribuíram.

    Desde o final dos anos 1990, o EcoEnterprises adota uma tese de investimento focada em aspectos sociais e ambientais, acompanhando métricas como benefícios para as comunidades e impacto no clima. A popularização do conceito de "fundo de impacto" nos últimos anos intensificou a demanda por transparência e padronização das informações de impacto, levando o fundo a ajudar as empresas investidas a desenvolver sistemas robustos de gestão ambiental e social.

    Os investimentos do EcoEnterprises variam entre US$ 3 milhões e US$ 5 milhões, podendo alcançar até US$ 15 milhões em novas rodadas. "Não se trata apenas de capital," diz Newmark. "Nós oferecemos orientação técnica e assumimos uma postura opinativa nos conselhos de administração, buscando um impacto positivo a longo prazo."

    Com uma posição de investimento que varia entre cinco e oito anos, o EcoEnterprises continua comprometido com o desenvolvimento sustentável na América Latina, olhando especialmente para o Brasil como um campo fértil para suas futuras iniciativas de impacto.

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