FUP defende transição energética justa com foco em direitos trabalhistas
Segundo Cibele Vieira, diretora da FUP, a mudança no modelo energético é necessária, mas não pode ocorrer às custas do sustento de milhares de famílias
247 - A diretora da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Cibele Vieira, destacou a importância de assegurar os direitos dos trabalhadores durante o processo de transição energética, em evento internacional realizado nesta terça-feira, 25, em Campinas (SP). Em declaração feita durante o encontro promovido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Vieira enfatizou que a mudança no modelo energético é necessária, mas não pode ocorrer às custas do sustento de milhares de famílias.
"É essencial que a transição energética leve em consideração os direitos dos trabalhadores, principalmente aqueles que atuam na geração de energia. A mudança no modelo energético é fundamental, mas não pode comprometer os empregos e o sustento de milhares de famílias que dependem do setor", afirmou Vieira. O evento reuniu lideranças sindicais, pesquisadores da Universidade de Cornell (EUA) e representantes do Comitê de Empregos Climáticos 2050 para debater os impactos da transição energética nas relações de trabalho.
Com histórico de defesa da exploração de petróleo com responsabilidade ambiental desde a descoberta do pré-sal, a FUP tem reforçado a necessidade de uma transição justa, visando a manutenção e a criação de empregos de qualidade no setor energético. Vieira ressaltou o compromisso com o equilíbrio entre desenvolvimento econômico, preservação ambiental e condições dignas de trabalho. "A transição energética precisa ser justa, equilibrando o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e a geração de empregos dignos. Estamos trabalhando para garantir que as futuras gerações de trabalhadores do setor energético sejam bem preparadas e protegidas", afirmou.
Durante o encontro, Cloviomar Cararine, economista do Dieese/subseção FUP, destacou as similaridades entre Brasil e Estados Unidos na luta pelos direitos trabalhistas em um contexto de mudança climática. "Ouvindo os dois lados, há fatores em comum, como a preocupação com a defesa do meio ambiente e a necessidade de fazermos a transição energética, para reduzir as emissões de gases de efeito estufa; a garantia de empregos de qualidade; e, ainda, a possibilidade de convivermos com várias fontes de energia, inclusive o petróleo", disse. Cararine também frisou que são os trabalhadores os mais impactados quando as empresas passam por transformações significativas.
Como parte das negociações para assegurar os direitos dos trabalhadores da Petrobrás, a FUP conseguiu avanços significativos, incluindo uma cláusula de garantia de empregos e programas de capacitação em sustentabilidade e transição energética justa. Essas medidas visam preparar os profissionais para atender s novas demandas do setor sem abrir mão de direitos conquistados.
O evento contou com a participação de 18 membros do Climate Jobs 2050 Committee, incluindo representantes de sindicatos e acadêmicos dos Estados Unidos. Realizado no Sinergia Campinas, o encontro reuniu lideranças de setores como petróleo e gás, metalúrgicos, eletricitários e construção civil, com o objetivo de fortalecer o movimento sindical no Brasil. A meta é promover uma agenda comum para a transição energética, priorizando a geração de empregos e a proteção dos direitos trabalhistas.
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