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“A investigação mais rápida da história acha que engana a quem?”, indaga Jamil Chade sobre caso Bruno e Dom

A conclusão divulgada pela PF de que “não há mandantes” dos crimes de Bruno Pereira e Dom Phillips gerou indignação e questionamentos

Agentes da PF carregam, em Brasília, caixão com restos mortais após suspeito confessar ter matado Dom Phillips e Bruno Pereira (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

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247 - Jornalistas, lideranças indígenas e outros formadores de opinião têm avaliado nas redes sociais e em colunas como irresponsável a Polícia Federal divulgar uma conclusão sobre os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips na Amazônia. “A investigação mais rápida da história acha que engana a quem?”, indagou Jamil Chade no Twitter neste sábado (18).

Em nota nesta sexta-feira (17), a PF afirmou que “as investigações prosseguem e há indicativos da participação de mais pessoas na prática criminosa”, mas que “as investigações também apontam que os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”. 

A Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari) contestou a versão e disse que já vem informando as autoridades sobre a atuação de um grupo criminoso organizado na região, denúncias que foram ignoradas, segundo a entidade.

"O grupo de caçadores e pescadores profissionais, envolvido no assassinato de Pereira e Phillips, foi descrito em ofícios enviados ao MPF (Ministério Público Federal), à PF e à Funai (Fundação Nacional do Índio). Descrevemos nomes dos invasores, membros da organização criminosa, seus métodos de atuação, como entram e como saem da terra indígena, os ilícitos que levam, os tipos de embarcações que utilizam em suas atividades ilegais", diz trecho do ofício.

A avaliação da Univaja é que o "requinte de crueldade" no modo como Pereira e Philips teriam sido mortos indica que eles estavam "no caminho" de uma organização criminosa, que tentou ocultar seus rastros durante a investigação.

Para o jornalista Josias de Souza, a versão da PF “é precipitada, desrespeitosa e espantosa”.

“Tanta pressa desrespeita os familiares dos mortos e todos os que esperam por uma investigação criteriosa, profunda e definitiva. A ligeireza insulta também quem se dispõe a colaborar com os investigadores”, escreveu ele em uma coluna. “A mando de quem PF diz não haver mandante?”, questionou. 

"É irresponsabilidade da Polícia Federal cravar a solução de uma investigação tendo a começado há poucos dias", disse o jornalista Leonardo Sakamoto. "Os corpos foram encontrados agora, ainda vão passar por análise forense e outros processos para descobrir a causa de mortes, o tempo que eles estavam lá, e ver se isso se encaixa com as confissões", completou.

O senador Randolfe Rodrigues também estranhou a postura. “Algumas perguntas do caso Dom e Bruno que estão sem respostas: por que a PF quer encerrar o caso tão prematuramente? Por que a PF, precipitadamente, afirma que não tem nenhum mandante da morte dos dois? Por que a PF não quer ouvir nenhuma autoridade de Atalaia do Norte?”, perguntou o parlamentar no Twitter.

 

 

 

 

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