“A renda petroleira vai para investimentos ou para pagar dividendos robustos?”, questiona FUP
Segundo Deyvid Barcelar, a grande preocupação é a redução no volume de investimentos e a manutenção do pagamento exagerado de dividendos
247 - O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Barcelar, questionou o destino da renda petroleira no Brasil ao comentar os resultados financeiros da Petrobras no segundo trimestre de 2024. Segundo ele, a grande preocupação é a redução no volume de investimentos neste ano e a manutenção do pagamento exagerado de dividendos.
“Chama a atenção que, mesmo diante do prejuízo no segundo trimestre do ano, mantiveram os dividendos elevados e, para garantir o pagamento, lançaram mão de reservas estatutárias de remuneração de capital. Mais uma vez, a companhia garantiu robusta remuneração aos seus acionistas, um total de R$ 13,6 bilhões no segundo trimestre de 2024”, ressalta Bacelar. Ele diz esperar uma mudança na política de dividendos, já que a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, assumiu há pouco tempo.
No primeiro semestre do ano, a Petrobrás já distribuiu R$ 27 bilhões em dividendos, valor 31% superior ao lucro líquido registrado no período (R$ 20,6 bilhões). “É preciso definir claramente o destino da renda petroleira. Se ela vai para investimentos ou para pagar dividendos robustos a acionistas, sobretudo privados e internacionais”, afirma o dirigente da FUP.
Para Bacelar, os acordos tributários, que tiveram impactos sobre os resultados da companhia, foram importantes, pois, além de limparem pendências com a União, podem ajudar na corrida do governo federal em reduzir o déficit fiscal.
Ele destaca a necessidade de investimentos em E&P (exploração e produção) para a exploração da Margem Equatorial, Bacia Leste, Bacia de Pelotas, entre outros. “Precisamos de reposição de reservas, até porque a produção do pré-sal começa a cair a partir de 2030, segundo os especialistas”, explica.
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