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    Acusado de genocídio, Bolsonaro chama crise humanitária de yanomamis de ‘farsa da esquerda’

    O presidente Lula (PT) esteve na localidade junto de equipe ministerial e criticou a omissão do ex-presidente em relação aos povos indígenas

    Indígena yanomami e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | Allan Santos/PR)

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    247 - Jair Bolsonaro (PL) minimizou neste domingo (22) a situação de crise humanitária do povo indígena yanomami, evidenciada ao mundo durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste sábado (21) em Roraima. 

    Durante postagem em um grupo no Telegram, Bolsonaro, chamou a situação de desnutrição dos indígenas yanomamis de "farsa da esquerda".  “Contra mais uma farsa da esquerda, a verdade! De 2020 a 2022, foram realizadas 20 ações de saúde que levaram atenção especializada para dentro dos territórios indígena”, relatou Bolsonaro. 

     “De 2020 a 2022, foram realizadas 20 ações de saúde que levaram atenção especializada para dentro dos territórios indígenas, especialmente em locais remotos e com acesso limitado. Foram beneficiados mais de 449 mil indígenas, com 60 mil atendimentos. O Governo Federal encaminhou 971,2 mil unidades de medicamentos e 586,2 mil unidades de equipamentos de proteção individual (EPI), totalizando 1,5 milhão de insumos enviados para essas operações”, continuou. Bolsonaro, no entanto, não citou a situação precária em que crianças e adultos do território indígena se encontram.

    >>> Favorecida pela desnutrição, pneumonia causou um terço das mortes de crianças yanomamis em 2022

    Leia também matéria do Brasil de Fato sobre o assunto:

    PT aciona MPF contra Bolsonaro e Damares por suspeita de genocídio contra povo Yanomami

    Neste domingo (22), deputados federais do PT protocolaram uma representação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, na Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de crime de genocídio contra os povos Yanomami.

    Para os parlamentares, houve "ação" ou "omissão dolosa" do ex-presidente, da ex-ministra e dos ex-presidentes da Fundação Nacional do Índio (Funai) – aos quais a representação também se estendeu – diante da destruição das áreas dos indígenas a partir de garimpo ilegal (leia aqui a íntegra do documento).

    "Essa política de extermínio dos povos Yanomami e de outras comunidades indígenas, conduzida com galhardia e prazer pelo ex-presidente da República, já vinha sendo denunciada no país e no exterior, tendo sido inclusive, recentemente, objeto de documentário produzido por pesquisadores estrangeiros", diz um trecho da representação.

    O Ministério da Saúde fala em aproximadamente 570 crianças mortas por contaminação de mercúrio, um dos rejeitos produzidos pelo garimpo, desnutrição e fome.

    Na sexta-feira (20), o Ministério da Saúde decretou estado de emergência para "planejar, organizar, coordenar e controlar as medidas a serem empregadas" a fim de reverter o quadro de desassistência instalado na TI Yanomami.

    Também foi instalado o Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária das Populações em Território Yanomami "para dar conta do problema de desnutrição, fome, saúde, muito grave nessa região", segundo o ministro Wellington Dias. O comitê terá duração de 90 dias e suporte das Forças Armadas e da Funai.

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