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    Advogado da Americanas diz que ex-diretores ‘não administravam a companhia, mas sim a fraude’

    "Quando você mergulha a fundo, percebe que eles não trabalhavam para a companhia”, disse Celso Villardi

    Carlos Alberto Sicupira, Paulo Lemann e Marcel Telles (Foto: Agência Brasil)

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    247 - O advogado criminalista Celso Villardi afirmou à jornalista Daniela Lima, do G1, que os ex-diretores das Americanas, que foram presos pelo desvio de R$ 20 bilhões, trabalhavam com foco em garantir o funcionamento do esquema de fraude vigente na companhia. Villardi comandou uma auditoria interna que foi citada pelo Ministério Público Federal na denúncia que levou às prisões de Miguel Gutiérrez, ex-CEO da empresa, e Anna Saicali, ex-diretora.

    "Quando você mergulha a fundo, percebe que eles não trabalhavam para a companhia, eles trabalhavam para fraudar. São dezenas e dezenas de documentos que antecediam reuniões trimestrais de apresentação de balanços ao conselho. E esses documentos registram idas e vindas de informações falsas para ajeitar alíneas financeiras, transformar prejuízo em lucro", disse.

    Segundo o advogado, a fraude é “incrivelmente documentada”, já que existem registros baixados pelo sistema da empresa pelo uso de celulares e equipamentos corporativos, até de conversas sobre como blindar patrimônio diante de um eventual avanço das investigações. "Nos documentos encontrados em equipamentos funcionais, celulares, Ipads, há menção explícita inclusive a blindagem patrimonial", diz Villardi.

    Ele também aponta que Gutiérrez e Saicali estavam entre os diretores “mais discretos” em relação à fraude. “A Anna (Saicali)  presidiu a P2W, empresa que era deficitária, mas aparecia como lucrativa. Ela participava do encontro de contas e há registro de planilhas falsas passando por ela".

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