Advogado de 'kid preto' manda recado a defesa de Bolsonaro: estratégia pode prejudicar a todos
Jeffrey Chiquini critica estratégia adotada pela defesa de Bolsoanro de "golpe do golpe" e nega envolvimento de seu cliente na trama golpista
247 - A estratégia da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro de adotar a tese do "golpe do golpe" para desvinculá-lo da trama golpista está causando irritação das demais defesas envolvidas na investigação. Jeffrey Chiquini, advogado do tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, conhecido como "Kid Preto", afirmou em entrevista ao UOL News, neste sábado (30), que a estratégia está provocando prejuízos às demais defesas.
"Eu não tenho proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro e sequer conheço seu advogado. Fiz questão de não me comunicar com outras defesas ou investigados. Defendo uma única pessoa e não posso ser antiético. O advogado é a voz do cliente", declarou Chiquini.
Segubndo ele, a estratégia da defesa de Bolsonaro pode "dar margem a diferentes interpretações" e prejudicar outros investigados.
Sem apresentar provas, Chiquini levantou a hipótese de uma sabotagem com o objetivo de envolver as Forças Especiais do Exército no plano investigado.
"Pode estar havendo uma tentativa de desviar e atrapalhar a investigação, criminalizando as Forças Armadas. Contudo, pela minha experiência, estou convicto de que se há verdade na tentativa de golpe, trata-se de grupos isolados sem apoio institucional", disse.
O advogado também negou que seu cliente tenha participado da trama conhecida como plano Punhal Verde e Amarelo, que visaria impedir a posse do presidente Lula (PT) e de outras autoridades. Segundo ele, as acusações contra Azevedo baseiam-se apenas no uso de um celular.
"O celular atribuído ao meu cliente foi ativado em Minas Gerais no dia 8 de janeiro, enquanto ele estava em serviço em Goiânia. Isso está documentado. A tentativa de vinculá-lo a essa trama não tem fundamento", justificou Chiquini.
Rodrigo Bezerra Azevedo foi preso pela Polícia Federal no Rio de Janeiro sob acusação de integrar o plano golpista ao lado de outros militares e agentes, incluindo o policial federal Wladimir Matos Soares e o general da reserva Mario Fernandes.
O plano teria como objetivo "impedir a posse do governo legitimamente eleito e restringir o livre exercício da democracia e do Poder Judiciário".
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