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    Ante alto custo dos Gripen, FAB analisa comprar F-16 usados

    Desde o ano passado, a Força Aérea segue em tratativas com a Suécia para adquirir caças Gripen, mas questões de "verba e cronograma" são um impeditivo para o negócio decolar

    Caças F16 (Foto: LUKASZ GLOWALA/REUTERS)

    Sputnik - A força brasileira está insatisfeita com o alto custo do programa dos caças Gripen e divulgou que está estudando a aquisição de um lote usado de aeronaves norte-mericanas F-16, ao menos como tampão para a defesa do país, de acordo com a Folha de S. Paulo.

    Ao mesmo tempo, a mídia afirma que a intenção da FAB com o anúncio "pressionar os suecos a melhorarem as condições da negociação".

    O jornal destaca que o comunicado da força nada fala sobre as motivações que levam o interesse brasileiro aos F-16, mas a intenção também foi publicada pelo site britânico especializado no assunto Jane's, o que, segundo a Folha, "caiu como uma bomba nos meios militares".

    "Toda a filosofia do programa do Gripen, que inclui a produção nacional do caça da sueca Saab e transferência ampla de tecnologia, vai a xeque com a intenção", sublinha o jornal.

    Em uma conta aproximada, na aquisição dos Gripen, a FAB teria um gasto extra de talvez R$ 5 bilhões por 14 aviões além da encomenda inicial de 36, 15 dos quais serão feitos na linha de montagem da Embraer, parceira da Saab, em Gavião Peixoto (SP).

    O negócio em si custou pouco mais de R$ 20 bilhões se fossem pagos hoje. O valor é financiado por 25 anos pelo governo em Estocolmo, mas o Brasil precisa pagar adiantado parcelas que serão abatidas depois.

    De 2019 a 2023, foram R$ 7,7 bilhões em valores corrigidos, R$ 1,2 bilhão só no ano passado. A mídia destaca que, na semana passada, foi noticiado que o cronograma de entrega das aeronaves fabricadas no Brasil parece inexequível, a contar o ritmo atual.

    Segundo um oficial-general da FAB, ouvido pela mídia, a questão do preço está pesando. O F-16 é um avião que sobra em estoques mundo afora e por isso é tão requisitado na Ucrânia, por exemplo.

    De 2019 a 2023, foram R$ 7,7 bilhões em valores corrigidos, R$ 1,2 bilhão só no ano passado.

    Atualmente, a defesa aérea brasileira, centrada em Anápolis (GO), conta com versões modernizadas dos antigos F-5, que voam desde os anos 1970. Há 47 aviões desse tipo no inventário da FAB, além de 30 modelos de ataque AMX — os quais os Gripen deverão substituir.

    O Brasil comprou, no pacote com a Suécia, armamentos ar-ar de curto alcance Iris-T e os mísseis para além do alcance visual Meteor, arma única na América Latina. Os primeiros podem ser integrados aos F-16, enquanto os segundos dependem de uma adaptação mais custosa e intrincada.

    A mídia ainda acrescenta que os sete Gripen que a FAB já recebeu, todos de fabricação sueca e para um piloto, ainda estão em testes para o emprego de mísseis. A primeira missão oficial do avião será no exercício militar Cruzex, com a presença dos Estados Unidos, em novembro nos céus de Natal (RN). No entanto, os tiros serão virtuais.

    Para um militar próximo do programa, não haveria prejuízo ao futuro do Gripen no Brasil. Para ele, a FAB na prática só trocaria os F-5 pelos F-16, muito mais modernos, enquanto tenta viabilizar do ponto de vista orçamentário mais caças da Saab, relata o jornal.

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